Temperatura média de 40 graus, a poeira levantando em meio aos túmulos e o olhar atento de policiais e familiares ao trabalho dos coveiros em busca da urna mortuária com um corpo sepultado há dois meses. Daniel Pereira da Silva, 40 anos, foi sepultado no dia 8 de setembro com o seu atestado de óbito apontando como motivo da morte uma parada cardíaca. Porém, informações recém-chegadas à 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil podem mudar o curso da história.
O titular da 20ª DRPC, delegado regional, Marcos Antonio dos Santos, foi quem pediu ao juiz da 1ª Vara da Comarca de Juazeiro do Norte, Ademar da Silva Lima, a exumação do cadáver. Segundo explicou, apontada como morte natural, o corpo de Daniel saiu direto do Hospital Santo Inácio para o sepultamento. A princípio, ele teria sofrido uma parada cardíaca e levado ao hospital onde faleceu. A vítima era alcoólatra e costumava pedir dinheiro pelas ruas da cidade para satisfazer o seu vício.
Há poucos dias, uma pessoa presa pela polícia contou ao delegado Marcos Antonio que o seu amigo Daniel havia sido agredido a pedradas e morreu no hospital para onde foi socorrido desacordado. Soube depois, conforme narrou, que o mesmo havia sido sepultado tendo como motivo morte natural. De imediato e por iniciativa própria, o delegado começou a levantar informações sobre o caso para averiguar se o homem realmente havia sido assassinado como chegara ao seu conhecimento.
Na semana passada, Marcos Antonio pediu a autorização da justiça para exumar o cadáver o que fez na manhã do domingo. Agora, o médico legista, Francisco José Sales de Siqueira, que acompanhou os trabalhos, terá dez dias para apresentar um laudo à polícia. O delegado também esteve no cemitério e adiantou sobre a existência de hematomas e lesões e uma possível fratura nas costelas. Com um laudo em mãos, ele vai aprofundar investigações caso se confirme o homicídio. O delegado adiantou apenas que não parte do zero, pois já tem nomes de suspeitos preferindo não revelar "para não atrapalhar o curso das investigações". Fonte: Portal Miséria
