Causando corre-corre e cochichos
entre deputados federais e senadores nos corredores do Congresso Nacional e
Câmara Federal, políticos estão ansiosos pela divulgação da lista que antecede
a apresentação dos inquéritos no esquema de corrupção da Petrobras. Ainda de acordo
com a imprensa nacional, políticos paraibanos podem ter envolvimento e foram possivelmente
beneficiados com dinheiro da estatal federal, para financiamento de campanha
eleitoral.
Os dias foram de trabalho
por parte dos acusadores, na Procuradoria-Geral da República, e Congresso
Nacional. Neste fim de semana, procuradores da República que elaboraram as
peças contra autoridades citadas na Lava Jato se dedicam a reler todo material,
elaborado com base nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de
Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.
Os oito procuradores que
integram o grupo de trabalho coordenado pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, tentam concluir o trabalho para que o material chegue ao Supremo
Tribunal Federal - no caso de parlamentares - e ao Superior Tribunal de Justiça
- no caso de governadores - até quarta-feira. Checam todas as peças para que
não haja nenhuma incoerência entre os casos, já que todos estão interligados.
O procedimento habitual do
procurador-geral da República é de avisar políticos investigados antes de
solicitar as investigações ao Supremo, para que os parlamentares não sejam
"intimados" por notícias veiculadas na imprensa. Contudo, ainda não
se sabe se o procurador adotará o mesmo hábito nos casos relativos à Lava Jato.
Mas essa mera
possibilidade despertou no meio político nesta semana um sentimento batizado
por alguns de "tensão pré-Janot". O motivo é que dezenas de nomes de
parlamentares apareceram nos depoimentos dos delatores, entre eles os dos
presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e
Renan Calheiros (PMDB-AL), que negam as acusações.
Conforme revelou a
reportagem em dezembro, só na lista de Costa são ao menos 28 políticos
mencionados. Assim, o clima nos últimos dias foi de apreensão nos corredores do
Congresso. No café dentro do plenário da Câmara e do Senado, tradicional área
em que os parlamentares se reúnem durante as sessões, todos especulavam quem
apareceria na lista de Janot e, em um movimento inverso ao corriqueiro, abordavam
jornalistas na expectativa de conseguir a confirmação dos nomes
antecipadamente. "Sabe algum nome?", "Sabe dizer se alguém já
foi procurado?", perguntavam aos repórteres.
Para aliviar a tensão,
alguns faziam piada com a previsão de telefonemas, cartas ou e-mails da
Procuradoria-Geral antecipando alguma a notícia. "Oficial de Justiça vai
ter que entrar aqui com segurança", brincou um deputado. "Essa
história de telefonar não vai dar certo porque vão começar a passar trote e aí
vai ter muito cara enfartando", disse outro.
A lista também é esperada
para definir os rumos da CPI criada na Câmara para apurar o esquema de
corrupção na Petrobras. A ansiedade pela lista também adentrou o Palácio do
Planalto, mas em um grau menor. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.