O último dos quatro seminários "Educação Emocional e
Social para a Família e Comunidade" aconteceu na manhã da última
sexta-feira (06) de março, na cidade de Sousa-PB. Durante a semana o evento
ocorreu em quatro cidades, João Pessoa, Campina Grande, Patos e e em Sousa,
tendo, em todos, gestores escolares como público participante.
Essa foi a primeira etapa de um trabalho de sensibilização
que vai envolver a escola para trabalhar a educação emocional e social de
aproximadamente 180 mil famílias de alunos do ensino fundamental I e II da rede
pública de ensino do Estado da Paraíba.
A ação que envolverá toda a comunidade escolar teve início em
2014 com a parceria do Governo do
Estado com a Organização Inteligência
Relacional, que implantou a metodologia Liga Pela Paz, trabalhando a educação
emocional, inicialmente, com alunos do 1º ao 5° ano. Durante essa semana de
seminários, a Secretaria Estadual de Educação assumiu o posicionamento de
continuar com o trabalho e estendê-lo até o sétimo ano do ensino fundamental.
A Liga Pela Paz, que está presente em 19 estados brasileiros,
consegue dar novo rumo à educação ao trabalhar temas ligados à emoção, a
exemplo da raiva, medo, ciúme, empatia, autoestima, assertividade, carinho,
respeito, dentre tantos outros, que permitem aos educandos desenvolver seu
autoconhecimento, refletindo em melhoria de aprendizagem e convivência.
O gerente regional de educação de Patos, Luiz Carlos Gabi,
durante o seminário naquela cidade, momento que reuniu gestores da 6ª, 7ª e 11ª
GREs, destacou que, ao trabalhar a inteligência emocional, os alunos conseguem
manter, ao longo de toda sua vida, uma base para se relacionar de forma mais
harmoniosa com o mundo à sua volta.
Sobre essa nova etapa da Liga Pela Paz na Paraíba, que está
ampliando as séries atendidas e agora também com a família, comentou que é
crucial a participação desta no processo, no acompanhamento mais estreito, mais
próximo da educação de seus filhos. "Os pais precisam ser uma referência
positiva para os filhos, se educar emocionalmente para lidar melhor com suas
emoções e das crianças. Por isso considero de extrema importância a família vir
para dentro da escola, ser nossa parceira", disse Gabi.
A coordenadora do PSI - Primeiros Saberes da Infância, Kecia
Letícia, da 11ª GRE, em Princesa Isabel, falou dos avanços que a Liga Pela Paz
proporcionou na forma como as crianças passaram a compreender suas emoções,
conflitos familiares, demonstrando isso nas atividades em sala de aula, na
mudança positiva de comportamento. "A Liga possibilitou conhecermos melhor
a história da criança, dialogar com a família e diminuir problemas que afligiam
bastante nossos alunos. Através do painel das emoções, a gente chegava até a
família para saber o que estava acontecendo. Agora temos como trabalhar mais
ainda na solidificação desse elo", opinou Kecia.
A coordenadora geral do PPSI da 10ª GRE (Sousa), Noélia
Lourenço Martins, diz que trata-se de uma ideia fantástica trabalhar a família
na escola. "Acredito que isso fará grande diferença e testemunharemos
ainda mais a redução da violência na comunidade escolar", enfatizou.
A droga é assunto corrente quando se faz referência à
violência. Cabo Erivan Lins, educador do Proerd - Programa Educacional de
Resistência às Drogas, que participou do seminário de educação emocional e
social em Sousa, destacou a parceria escola-família, dizendo que esta é a base
de tudo, de formação da ética, de valores e bos bons princípios da criança, e a
escola, com a Liga Pela Paz sendo estendida a essa família dará grande
contribuição na prevenção a atos violentos.
O conferencista João Roberto de Araújo fez uma avaliação
bastante positiva dos seminários que enfocaram a inteligência emocional esta
semana na Paraíba. Diz ter percebido nos gestores escolas, aceitação e
compreensão muito profundas acerca do significado e da importância do trabalho
com as famílias.
Comentou que há uma reclamação, uma demanda permanente dos
educadores, dos gestores de todas as escolas no sentido de maior presença dos
pais no processo educativo. "Essa decisão do Governo da Paraíba, da
Secretaria de Educação, de assumir esse protagonismo, de convidar as famílias
para refletir sobre as emoções, orientar sobre o impacto do comportamento dos
pais no bem estar dos filhos, no desempenho deles na escola foi muito bem
aceita pela comunidade escolar”, acrescentou, enfatizando estar com uma expectativa
muito forte, positiva em relação a essa intervenção.
Aparecida Uchoa, da Secretaria de Estado da Educação, que
esteve presente nos quatro seminários, disse que mais de 90% dos diretores das
escolas estaduais compareceram aos encontros.
"Percebemos que já havia uma espera agradável desses gestores de
poder chamar a família para dentro da escola e dialogar sobre tantos temas
importantes que podem trazer mais harmonia e desenvolvimento para vivenciar as
emoções", comentou.
Marcos Eugenio – Ascom