domingo, 7 de setembro de 2008

Carvoeiro mata colega e guarda órgãos no freezer

POLICIAL: 07/09/2008 Em um enredo digno de filmes de terror, um carvoeiro matou um colega de trabalho em Damianópolis (GO), a cerca de 300km de Goiânia. O crime, cometido na terça-feira, foi divulgado nesta sexta-feira (06/09) pela Polícia Civil de Goiás. Segundo os policiais, Elionor da Cruz Souza, 41 anos, atacou com uma faca Raimundo José da Silva, 30, enquanto este dormia. Depois de matar o rapaz, o assassino tentou degolá-lo e esquartejá-lo. Sem conseguir separar as partes do corpo, o carvoeiro fez um corte no abdome e extraiu órgãos da vítima para impedir que o cadáver boiasse após ser jogado em uma cisterna, que Elionor julgava estar cheia. Os órgãos retirados foram guardados em um freezer. Os dois homens vigiavam um bar desativado a pedido da locatária do espaço, que havia viajado. Em depoimento prestado na Delegacia de Polícia de Alvorada do Norte — que responde pela circunscrição de Damianópolis e mais sete municípios da região — Elionor disse que matou Raimundo porque, depois de terem passado horas bebendo cachaça, o colega começou a falar alto e a dizer palavrões. Irritado, ele teria pedido para Raimundo ir embora. O companheiro não obedeceu e acabou dormindo. Elionor, então, saiu para dar uma volta pela cidade, mas decidiu, segundo seu próprio relato, voltar e atacar a vítima. "No momento de sua prisão ele negou o crime. Depois, na delegacia, ele confessou tudo com detalhes. Estava frio e tranqüilo e disse que não se considerava amigo da vítima, por conhecê-la há apenas dois meses", informou Eduardo José do Prado, delegado-titular de Alvorada do Norte. O crime foi descoberto na quarta-feira. Três garotas que trabalham em um bar vizinho ao lado do local do crime, dirigido pela mesma proprietária, pediram que Elionor as deixasse entrar para pegar um aparelho de tevê. Ele se recusou e elas sentiram um cheiro ruim, que vinha da cisterna onde o corpo de Raimundo havia sido lançado. Desconfiadas, conversaram com um vizinho, que acionou a polícia. Ao perceber a movimentação, o assassino fugiu, mas foi encontrado e preso horas mais tarde. A PM acionou os bombeiros para retirar o corpo, levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Formosa (GO). Uma equipe da Polícia Civil de Alvorada periciou o quarto onde o assassinato foi cometido e encontrou uma camisa e um par de chinelos de Elionor que preservavam manchas de sangue, mesmo depois de terem sido lavados. O material foi encaminhado para o Instituto de Criminalística de Goiânia para teste de DNA, junto com uma amostra de sangue do acusado. Elionor confessou também ter limpado o pátio do local, por onde o corpo foi arrastado até a cisterna. Descoberta No momento da remoção do corpo, os policiais e bombeiros perceberam que a vítima tinha o abdome aberto e as vísceras expostas, mas não notaram a ausência de órgãos. "O Elionor ainda não havia confessado a retirada, e o corpo estava muito mutilado. Vistoriamos a casa, mas não nos ocorreu olhar no freezer", explicou o delegado Prado. A descoberta dos órgãos no congelador só ocorreu ontem de manhã, quando Maria Conceição Dantas Pinto, 59 anos, locatária do bar, teve permissão para entrar no local e retirar alguns pertences. Ela abriu o congelador e achou, em uma caixa de isopor, pedaços de carne com uma aparência estranha. O material foi levado por peritos do IML de Formosa para análise no início da noite. Até o fechamento desta edição, a Delegacia de Polícia de Alvorada não havia informado que órgãos foram retirados do corpo da vítima.