Segundo o Sindicato dos
Funcionários Municipais de Patos e Região (SINFEMP), 90% dos servidores
aderiram à greve geral por tempo indeterminado iniciado a 0h desta quarta-feira
(22). Somente alguns serviços essenciais que não podem parar permanecem em
atividade, como SAMU, Pronto Atendimento
Maria Marques, além de coveiros.
Hoje pela manhã eles
saíram em caminhada pelo centro da cidade expondo à população os motivos da paralisação e se concentrarem em frente à Prefeitura, onde protestaram pelo não
atendimento de suas reivindicações, que vão desde aumento salarial para todas
as categorias, com exceção do Magistério, que já obteve 13,01% de reajuste,
insalubridade, isonomia salarial, atualização do estatuto do servidor,
pagamento do PMAQ, que deveria ter sido pago na última segunda, cujos recursos
estão em conta, dentre várias outras que fazem parte da pauta da campanha
salarial 2015.
A presidente do SINFEMP,
Carminha Soares, disse que não havia qualquer interesse dos servidores de
realizar a greve, e que o Sindicato tentou por longas negociações fechar acordo
com o Executivo, que não demonstrou o menor interesse de conceder o mínimo de
aumento solicitado pelos funcionários, gerando o movimento grevista. “A
prefeita Francisca Motta é a responsável direta por essa greve. O trabalhador
precisa recuperar suas perdas salariais e ela não sensibilizou para essa luta
justa dos funcionários”, comentou Carminha.
O vice-presidente do
SINFEMP, José Gonçalves, explicou que o aumento pretendido pelos funcionários
não chega a acrescer nem R$ 100 mil na folha de pagamento. Para ele o valor é
insignificante em comparação ao que o município recebe por mês. “Aqueles
servidores que não tem como referência o salário mínimo, permanecerão com seus
vencimentos congelados, quando tivemos 6,23% de inflação. A prefeita ofereceu
zero de contraproposta. Queremos que ela nos atenda e não envie seus
secretários para dizer apenas não”, desabafa Gonçalves.
O Sindicato vai acionar a
Justiça através de mandado de segurança para fazer valer o direito previsto no
PCCS da saúde, que garante em seu artigo 51 a revisão salarial para o servidor
retroativo a 1º de janeiro de cada ano, como também para o pagamento da
insalubridade, já que a prefeitura não enviou a lei para a Câmara Municipal.
José Gonçalves diz que já existe o aludo pronto desde o ano passado, pago pelo
SINFEMP, R$ 25 mil.
“Várias categorias que
trabalham em locais insalubres não recebem a insalubridade por falta da lei.
Isso é uma barbárie. Nossa luta não é apenas por reajuste salarial, mas também
por melhores condições de trabalho”, explicou o vice-presidente do Sindicato
dos Funcionários Municipais.
Ele cita a precariedade
nas unidades básicas de saúde, quando falta material de limpeza, luvas para o
odontólogo, auxiliar de saúde bucal, locais sem o mínimo de condições de
trabalho.
O SINFEMP vem agindo em
relação à greve dentro de sua legalidade, desde a publicação por editais,
comunicados à administração municipal, mobilização dos servidores todos os dias
na sede do Sindicado e assinatura do ponto, para que se houver qualquer
eventualidade, a entidade está documentada.
O Sindicato dos Agentes
Comunitários de Saúde e de Endemias está junto com SINFEMP nessa mobilização.
Seu presidente, João Bosco Valares, criticou o não cumprimento do PCCS da
saúde, cujo aumento salarial ainda não foi definido pela prefeita Francisca
Motta, apesar do reajuste ser retroativo a janeiro. Também comentou que há como
o município conceder reajuste aos servidores, já que a folha de contratados e
comissionados chega a R$ 1,1 milhão.
Marcos Nascimento