quarta-feira, 22 de abril de 2015

90% dos servidores municipais de Patos aderem à greve geral

Segundo o Sindicato dos Funcionários Municipais de Patos e Região (SINFEMP), 90% dos servidores aderiram à greve geral por tempo indeterminado iniciado a 0h desta quarta-feira (22). Somente alguns serviços essenciais que não podem parar permanecem em atividade, como  SAMU, Pronto Atendimento Maria Marques, além de coveiros.

Hoje pela manhã eles saíram em caminhada pelo centro da cidade expondo à população os motivos da paralisação e se concentrarem em frente à Prefeitura, onde protestaram pelo não atendimento de suas reivindicações, que vão desde aumento salarial para todas as categorias, com exceção do Magistério, que já obteve 13,01% de reajuste, insalubridade, isonomia salarial, atualização do estatuto do servidor, pagamento do PMAQ, que deveria ter sido pago na última segunda, cujos recursos estão em conta, dentre várias outras que fazem parte da pauta da campanha salarial 2015.

A presidente do SINFEMP, Carminha Soares, disse que não havia qualquer interesse dos servidores de realizar a greve, e que o Sindicato tentou por longas negociações fechar acordo com o Executivo, que não demonstrou o menor interesse de conceder o mínimo de aumento solicitado pelos funcionários, gerando o movimento grevista. “A prefeita Francisca Motta é a responsável direta por essa greve. O trabalhador precisa recuperar suas perdas salariais e ela não sensibilizou para essa luta justa dos funcionários”, comentou Carminha.

O vice-presidente do SINFEMP, José Gonçalves, explicou que o aumento pretendido pelos funcionários não chega a acrescer nem R$ 100 mil na folha de pagamento. Para ele o valor é insignificante em comparação ao que o município recebe por mês. “Aqueles servidores que não tem como referência o salário mínimo, permanecerão com seus vencimentos congelados, quando tivemos 6,23% de inflação. A prefeita ofereceu zero de contraproposta. Queremos que ela nos atenda e não envie seus secretários para dizer apenas não”, desabafa Gonçalves.

O Sindicato vai acionar a Justiça através de mandado de segurança para fazer valer o direito previsto no PCCS da saúde, que garante em seu artigo 51 a revisão salarial para o servidor retroativo a 1º de janeiro de cada ano, como também para o pagamento da insalubridade, já que a prefeitura não enviou a lei para a Câmara Municipal. José Gonçalves diz que já existe o aludo pronto desde o ano passado, pago pelo SINFEMP, R$ 25 mil.

“Várias categorias que trabalham em locais insalubres não recebem a insalubridade por falta da lei. Isso é uma barbárie. Nossa luta não é apenas por reajuste salarial, mas também por melhores condições de trabalho”, explicou o vice-presidente do Sindicato dos Funcionários Municipais.

Ele cita a precariedade nas unidades básicas de saúde, quando falta material de limpeza, luvas para o odontólogo, auxiliar de saúde bucal, locais sem o mínimo de condições de trabalho.

O SINFEMP vem agindo em relação à greve dentro de sua legalidade, desde a publicação por editais, comunicados à administração municipal, mobilização dos servidores todos os dias na sede do Sindicado e assinatura do ponto, para que se houver qualquer eventualidade, a entidade está documentada.


O Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias está junto com SINFEMP nessa mobilização. Seu presidente, João Bosco Valares, criticou o não cumprimento do PCCS da saúde, cujo aumento salarial ainda não foi definido pela prefeita Francisca Motta, apesar do reajuste ser retroativo a janeiro. Também comentou que há como o município conceder reajuste aos servidores, já que a folha de contratados e comissionados chega a R$ 1,1 milhão.


Marcos Nascimento