Gugu Liberato reestreia
hoje (25) na Record, mas o clima nos bastidores não é de festa. É de guerra. A
produção do programa está revoltada com o departamento de jornalismo da
emissora, que resolveu reeditar uma entrevista inédita e exclusiva com Suzane Von
Richthofen e sua companheira Sandra Regina Gomes (Sandrão) na penitenciária. A
reportagem foi mantida em sigilo até para a direção da Record. Somente na
última quinta-feira (19) é que a equipe da produtora de Gugu, a GGP, revelou
ter uma hora de depoimento com as duas, o que gerou ciúmes dentro da Record,
que batalha por uma entrevista com a parricida há dez anos.
Ao ver a entrevista
editada pela GGP, Douglas Tavolaro, vice-presidente de Jornalismo da Record,
resolveu confiscar o material bruto e o entregou para seus editores de
confiança finalizar. A entrevista, que seria apresentada hoje à noite com cerca
de 50 minutos, foi dividida em duas partes, que irão ao ar hoje e amanhã (26).
Segundo fontes no programa, a nova edição deu à entrevista um tom
sensacionalista, que Gugu vinha tentando evitar desde que gravou a reportagem,
em 6 de fevereiro. Ao todo, o público verá uma hora e meia de entrevista.
Os chefes do jornalismo da
Record estão com orgulho ferido porque a emissora está tentando a entrevista há
dez anos, mas Suzane, condenada por assassinar os pais, nunca quis falar com a
rede. Revoltados, jornalistas da Record estão espalhando o boato de que Gugu
teria pago R$ 2 milhões pelos depoimentos, o que é negado pelos produtores.
A negociação com as
presidiárias começou no ano passado. Despois que Suzane e Sandrão aceitaram
falar pela primeira vez juntas com um programa de TV, a Secretaria de Administração
Penitenciária e a direção do presídio de Tremembé (interior de São Paulo)
tiveram de analisar os pedidos e autorizar a gravação.
Nela, Suzane fala da noite
do crime e do relacionamento homossexual na cadeia. O conteúdo não tem como ser
mudado, mas a edição vai estender ao máximo e fazer bastante suspense seguindo
os moldes do jornalismo da Record.
Na GGP, alguns
profissionais já pensam em pedir demissão. Outros dizem que não irão mais
investir em boas reportagens por medo do “roubo” de conteúdo. A relação entre a
produtora e o comando do jornalismo está para lá de estremecida.