AMOR E SEXO: 27/04/2009 - Imagem: Arquivo - A primeira coisa que passou pela sua cabeça quando ele disse que ia viajar foi: "Mas, e nós?". Você tentou disfarçar, demonstrou alegria em relação aos projetos dele, incentivou e até comemorou.
Mas, no fundo, no fundo você tem receio de que essa viagem signifique o fim do relacionamento. Como lidar com a saudade? O que fazer na sexta-feira à noite? E se ele se interessar por outra mulher? Veja como casais enfrentaram essa situação.A arquiteta Sônia B. estava recém-casada quando o marido foi passar três meses fora do Brasil.
Segundo ela, três meses que parecerem três anos: "Morri de saudades, chorava, foi um sofrimento. A gente tentava apaziguar o coração dando notícias um para o outro e reafirmando nosso amor". Sônia, na metade do período, fez as malas e foi visitar o marido. "Foi nossa segunda lua de mel. Ficamos grudados 24 horas por dia. Na despedida, mais sofrimento", lembra a arquiteta que, durante os 90 dias, nem olhou para o lado. "Nenhum outro homem poderia ocupar um espaço que é do meu marido.
Não vejo graça em mais ninguém e acredito que tenha acontecido o mesmo com ele. Conseguimos continuar unidos com todo oceano entre nós", revela.Com criatividadeQuando o namorado contou que, por motivo de trabalho, ficaria um ano fora do país, a administradora Bianca M., 27, achou por bem terminar. "Achei que não tinha jeito, que iríamos sofrer trair. Resolvemos terminar e depois ver como ficava", lembra ela, que não conseguiu se desconectar do namorado-viajante. "A gente se falava todos os dias.
No início, nos enganamos falando que era só amizade, mas em pouco tempo abrimos o coração e era só declaração de amor", conta Bianca que, para driblar a saudade, tirava uma foto todo dia antes de ir para o trabalho e mandava para ele por email. "Isso nos aproximou muito. E ainda nos falávamos via Skype. Usávamos as nossas economias para matar a saudade", revela. Hoje Bianca não está apenas na mesma cidade, mas na casa do namorado: "Casamos!", sorri.
Trair ou não trair?
Às vezes, a duração da viagem não é o que mais importa, mas em que pé está o relacionamento. Se está tudo bem é mais fácil (ou menos difícil) superar a distância e o que ela representa. Mas se o namoro anda mal das pernas, uma viagem de 15 dias pode virar uma bela desculpa para fazer coisas que se estava com vontade há muito tempo como, por exemplo, trair.
Se a traição acontece, não devemos culpar a distância e sim a ‘saúde' do relacionamento
A publicitária Emiliana M., 31, não esperou o namorado nem chegar ao seu destino para sair com outro homem. "Quando ele me ligou pra avisar que tinha chegado bem, eu já estava no barzinho com outro cara, com quem me relacionei durante os dias em que meu namorado estava viajando.
Não me arrependo: a vida é uma só e temos que aproveitar", diz Emiliana, que não desmanchou o namoro. "Quando meu namorado voltou, continuamos o namoro e ele nunca desconfiou de nada, porque homem nunca acha que é possível ser traído", relata a publicitária, que não coloca a mão no fogo pelo namorado. "Vou ficar aqui chorando no quarto se não sei o que ele fica fazendo durante as viagens?", questiona.
Confiança é fundamental
Segundo a psicóloga Karen Camargo, ter confiança no parceiro é fundamental para que o amos resista a períodos de distância: "O casal deve combinar o que poderá ser feito ou não, que tipo de ‘brecha' não será tolerada. Se não há confiança fica difícil manter um relacionamento".
A psicóloga ressalta que uma conversa franca sobre o futuro e as expectativas de cada um é de extrema importância. "Deve-se pensar no futuro da relação, se vale a pena passar por este período de distanciamento, se a confiança é suficiente para manter o relacionamento vivo à distância", pondera.
Mesmo com os múltiplos recursos que a tecnologia proporciona como MSN, Skype e email, Karen Camargo afirma que a comunicação do casal fica prejudicada nessas situações. "Se a comunicação já é complexa quando um casal está presente, imagine à distância. Trata-se de um exercício possível, porém custoso", explica a psicóloga, para quem não se pode culpar uma viagem por uma eventual infidelidade. "Quando estamos sozinhos ficamos carentes e saímos mais.
Por isso, torna-se mais viável o envolvimento com terceiros. No entanto, acredito que isso está longe de ser uma regra. Se a traição acontece, não devemos culpar a distância e sim a ‘saúde' do relacionamento", finaliza. Rosana F.