quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Luiz Couto denuncia e promete acabar impunidade de gestor que abandona obras

POLÍTICA: 04/02/2009 - Imagem: Arquivo - O deputado Luiz Couto (PT-PB) denunciou nesta terça-feira (3) na Câmara dos Deputados, em Brasília, a impunidade de gestores que por desvios, corrupção ou para prejudicar adversários políticos não concluem obras públicas iniciadas por antecessores. Falando sobre obras abandonadas em todo o país, particularmente na Paraíba, Luiz Couto disse que o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) insiste em fazer um governo virtual que tanto abandona como apresenta na mídia, como prontas, obras que sequer foram concluídas. Ele informou que uma caravana formada por deputados federais e estaduais, pelo senador José Maranhão (PMDB) e pela CUT vem percorrendo o interior da Paraíba visitando os municípios e constatando dezenas de obras iniciadas na gestão anterior e abandonadas pela atual. Ainda a propósito da "mazela que assola o nosso país e minha querida Paraíba", Luiz Couto citou o relatório da Comissão Temporária das Obras Inacabadas, instalada pelo Senado Federal, em 1995, que faz um rol de obras iniciadas nos tempos do Império e ainda inconclusas. "É evidente que esta mazela está longe de ser erradicada da administração pública. O desperdício do dinheiro público nas obras inacabadas é parente próximo da corrupção, ambos fazem uma parceria muito grave e danosa ao patrimônio público", comentou. Caso de São Mamede No seu pronunciamento, o deputado Luiz Couto chamou a atenção para o caso de São Mamede, município do Vale do Sabugi dominado pelo grupo político do senador Efraim Morais (Dem). "Bilhões de reais vão para o ralo da corrupção anualmente em nosso país desperdiçados em construções, muitas delas totalmente inúteis, como as pontes sem rio, as estradas que unem localidades inexistentes ou as casas populares sem paredes ou moradores, existentes apenas no papel, como constatou a CGU e o TCU num convênio celebrado pelo extinto Ministério da Ação Social e a Prefeitura de São Mamede", disse. Segundo Luiz Couto, o convênio, datado de 1992, foi celebrado para a construção de 102 casas populares, mas foram construídas apenas 16. "E o mais grave é que o gestor da época, após ser eleito mais duas vezes para comandar o município, acaba de ser eleito novamente, sem que durante este tempo todo ele tenha tido qualquer punição dos órgãos de controle. Uma Tomada de Contas Especial tramita há tempos no TCU sem se chegar a um desfecho", acusou. Luiz Couto afirmou ainda que "está mais do que no momento da sociedade brasileira ter mais atenção com o que é feito com seu dinheiro" e anunciou que vai propor uma legislação específica para coibir a prática do abandono de obras ou inauguração delas antes de serem concluídas. Fonte: Rubens Nóbrega