O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a redistribuição de mais
inquéritos baseados na delação da Odebrecht e abertos pelo ministro Edson
Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por entender que não há conexão com
a Operação Lava Jato.
Entre
os alvos dessas investigações, estão os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB),
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e o ex-presidente da República, Fernando
Collor (PTC-AL). Se o Supremo deferir o pedido, chegará a 30, de um total de 77
(38,9%), o número dos inquéritos abertos a partir dos depoimentos e provas
apresentados pelos 77 executivos do grupo baiano que mudam de relator na Corte.
Collor,
nesta investigação específica, é suspeito de ter cometido os crimes de
corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério
Público Federal, delatores da Odebrecht disseram ter pagado vantagem indevida
não contabilizada na campanha dele ao Senado em 2010.
Teriam
sido repassados R$ 800 mil por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo
Odebrecht, em busca de atender interesses da empresa, especialmente na área de
saneamento básico.
Nos
inquéritos contra Cássio Cunha Lima e Fernando Bezerra Coelho, a PGR pede a
prorrogação do prazo para a investigação, alegando que ainda faltam algumas
diligências, como a coleta de testemunho de alguns delatores e dos próprios
senadores. As duas investigações são sobre caixa 2 eleitoral.
Segundo
delatores da Odebrecht, Cássio teria solicitado e recebido em meados de 2014,
por meio de um intermediário, o valor de R$ 800 mil, que o grupo afirma ter
sido pago ao então candidato ao governo da Paraíba por meio de repasse não
contabilizado.
Fernando
Bezerra Coelho, por sua vez, é investigado sob a suspeita de ter recebido R$
200 mil parcelados em duas vezes, não contabilizados, no ano de 2010, para
campanha eleitoral.