O deputado federal
Romero Rodrigues (PSDB/PB) registrou na Câmara dos Deputados o aniversário de
morte do tribuno Félix Araújo, que hoje dá nome à Câmara Municipal de Campina
Grande, oportunidade em que o parlamentar enalteceu as suas qualidades e o
legado que deixou para a Paraíba. Disse Romero que Campina Grande e a Paraíba
perderam, lamentavelmente, uma pessoa que prestou relevantes serviços ao
Estado, ressaltando que o seu legado permanecerá para sempre na história e no
desenvolvimento do Município.
Félix Araújo era filho
de Francisco Virgolino de Souza e Nautília Pereira de Araújo, ambos também
nascidos em Cabaceiras. Contraiu matrimônio com Maria do Socorro Douettes, em
janeiro de 1947, com quem teve dois filhos: Maria do Socorro Tamar Araújo
Celino e Félix Araújo Filho, ex-prefeito de Campina Grande.
Cursou o primário em
Cabaceiras e prosseguiu seus estudos no Colégio Diocesano Pio XI (Campina
Grande) e no Liceu Paraibano (em João Pessoa). Concluiu o curso clássico em
1949. Foi aluno da Faculdade de Direito do Recife, escolhido orador de sua
turma, porém foi assassinado por razões políticas pouco antes de concluir o
curso.
Aos dezesseis anos,
Félix de Souza Araújo já publicava artigos em jornais. Ainda no ano de 1938,
Alceu Amoroso Lima reconheceu importante vertente de sua personalidade: a sua
erudição. Ainda em Cabaceiras, fundou o Jornal "Cruzeiro".
É autor do poema em
prosa Tamar - escrito em 1940, publicado em 1945 -, Dor, Fraternidade, Poemas
Soltos e Carrossel da Vida.
Foi pracinha
voluntário da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Lutou nos campos da Itália
contra o nazifacismo, em 1943. Foi correspondente de guerra e fundou o jornal
"Cruzeiro do Sul". Ao voltar, fixou residência em Campina Grande.
Criou o programa
"A Voz dos Municípios" na Rádio Borborema de Campina Grande. Também,
durante muito tempo, manteve o programa "Carrossel da Vida", com leitura
de crônica diária na Rádio Caturité.
Filiou-se ao PCB,
disputando, por este partido, duas eleições: em 1946, para deputado federal e
1947 para deputado estadual. Deixou o PCB em 1948. Instalou livraria – a
"Livraria do Povo" (1946) - incendiada, criminosamente, por
adversários ideológicos, sectários de extrema direita.
Em 1947, Félix liderou
a campanha de Elpídio Josué de Almeida a prefeito de Campina Grande. Foi
secretário de Educação e Cultura desse governo, introduziu o "Cinema
Educativo". Coordenou a campanha eleitoral de José Américo de Almeida a
governador da Paraíba (1950).
Elegeu-se vereador
mais votado de Campina Grande em 1951, pelo PL (Partido Libertador). Integrou
as comissões de Justiça, Legislação e Redação e de Educação e Cultura (1951 a
1953). Denunciou a corrupção. Rompeu com o então prefeito Plínio Lemos e com o
então governador José Américo de Almeida.
Escreveu o
"Acuso", manifesto contra o governo de José Américo de Almeida. No
mesmo ano, em 13 de julho de 1953, foi baleado, pelas costas, por João Madeira,
guarda-costas do então prefeito de Campina Grande, Plínio Lemos. Momentos após
o atentado, João Madeira foi encontrado e preso. Ele pronunciou a frase
histórica: "Esta terra de bravos Não será terra de escravos, Nem reinado de
opressão".
Félix Araújo faleceu
aos 30 anos de idade em decorrência dos ferimentos, na Casa de Saúde “Dr.
Francisco Brasileiro”, em Campina Grande – Paraíba.
Ascom