domingo, 7 de dezembro de 2008
Morre Luiz Augusto da Franca Crispim
CIDADES: 07/12/2008 - A Paraíba perdeu um dos seus maiores intelectuais. Faleceu ontem, sábado (06), às 19h43, no Hospital Unimed de João Pssoa, o jornalista, advogado e escritor Luiz Augusto Crispim.
Ele tinha 63 anos e há dois lutava contra um câncer de próstata. Depois de velório na Central São João Bastista, na Cruz do Peixe, Torre, Crispim deverá ser sepultado no final da tarde deste domingo (7) no Cemitério Parque das Acácias, no José Américo.
Crispim foi internado no Unimed no dia 28 de novembro último, apresentando um quadro de insuficiência respiratória. Desde então, a equipe médica que o atendia o submetia a fisioterapias diárias para melhorar o fluxo de oxigênio nos pulmões.
Segundo Carlos Barreto, genro de Crispim, ele estava respondendo bem ao tratamento, surpreendendo os médicos. Na tarde de ontem, contudo, o quadro clínico do paciente agravou-se consideravelmente.
O escritor, o jornalista
Luiz Augusto da Franca Crispim nasceu em João Pessoa em 23 de agosto de 1945. Filho de Napoleão Crispim e Maria Tereza da Franca Crispim, casou-se com Adília Espínola da Franca Crispim, com quem teve dois filhos, Tereza e Luiz Augusto Filho. Graduou-se em Direito e em Língua e Literatura Francesa pela Universidade Federal da Paraíba, tendo em 2005 recebido o título de Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais também pela UFPB.
Desde a adolescência já demonstrava fascínio pelas letras, iniciando sua vida literária com o livro “Por uma Estética do Real”, livro de Ensaios, com foco na obra de João Cabral de Melo Neto e Euclides da Cunha, que lhe valeu o Prêmio Nacional do Ministério da Educação, por ocasião das comemorações do cinqüentenário de “Os Sertões”.
Sua carreira de jornalista iniciou como como estagiário do Jornal do Brasil, do Correio Braziliense e da Imprensa Oficial da Bahia e depois correspondente dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo e das revistas Manchete e Visão.
Na Paraíba, além de Redator e Editor do CORREIO da Paraíba, foi Diretor de Redação do Jornal O Norte, Diretor Geral de A União e Diretor do Departamento Central de Divulgação da Secretaria de Divulgação e Turismo da Paraíba.
Recebeu em 1975 o Prêmio Esso de Jornalismo pela reportagem sobre os quinze anos da Sudene intitulada “Incentivos para uma Economia de Cordel”.
Crispim foi também assessor do Grupo Nove, de Recife, e Diretor de Marketing da editora Igramol.
Atuou também como comentarista da TV Correio e TV Record de João Pessoa e nos últimos cinco anos escrevia diariamente crônicas no CORREIO (do qual era também membro do Conselho de Notáveis) e Jornal do Comércio de Recife.
Cargos no poder público
Na estrutura de governo do Estado e da Prefeitura da Capital, entre outros cargos Luiz Augusto Crispim foi também Diretor Presidente da PBTur, Secretário de Estado da Comunicação Social, da Cultura, Esporte e Turismo da Paraíba, Procurador do Estado da Paraíba e Procurador Geral do Município de João Pessoa e Chefe da Casa Civil do Governador.
Professor da Faculdade de Direito da UFPB, da qual foi Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFPB, Crispim teve também intensa atuação na seccional paraibana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB), da qual foi conselheiro e membro do Tribunal de Ética da entidade.
Prêmios e livros
Entre tantos prêmios conquistados por sua produção jornalística e literária, destacam-se, além do Prêmio Esso e Prêmio Euclides da Cunha, este conferido pelo Mec, Crispim foi ainda Menção Honrosa no Concurso de Monografias da UFPB sobre Euclides da Cunha, Menção Honrosa da Fundação Manuel Bandeira, de Campina Grande, por serviços prestados à Cultura Paraibana, Comenda do Quarto Centenário da Paraíba, do Mérito Literário da Academia Paraibana de Letras, Medalha do Pacificador, concedida pelo Ministério do Exército, Medalha do Mérito Cel. Elísio Sobreira da Polícia Militar do Estado da Paraíba e Medalha Epitácio Pessoa, concedida pela Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba em reconhecimento aos serviços prestados à cultura brasileira.
Imortal da Academia Paraibana de Letras, que também presidiu, Crispim publicou vários livros, entre os quais Os Delitos da Glória, Por uma Estética do Real, O Arco e a Fonte, Poemas da Estação, Os Pecados da Tarde, As Artes da Paixão, Os Anéis da Serpente, O Herói sem Rosto, Histórias, Idas e Avenidas, A Longa Vigília, Estudos Preliminares de Direito, A Dama da Tarde, Reparos da Vida, Memorial da Pensão da Paz Dourada e, em preparo, o livro Fundamentos para uma Teoria do Direito Reativo. Fonte: Eliabe Castor