“É um fato extremamente lamentável. A que ponto chegaram o extremismo e a intolerância. Duas vidas foram ceifadas por um ódio irracional que não leva a nada, que não constrói, que não contribui para o que devemos defender sempre, que é a democracia e a liberdade de pensamentos e posições. Minha solidariedade às famílias que perderam seus entes nessa tragédia, que poderia ser evitada se não tivéssemos esse clima lamentável que temos hoje no Brasil, incentivado por um sentimento extremista e intolerante por parte de quem deveria se preocupar com a nação e com os brasileiros, mas prefere alimentar o ódio e a divisão entre as pessoas”, afirmou Veneziano.
O guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda foi morto a tiros na madrugada deste domingo pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho. Ele comemorava sua festa de 50 anos com temas vinculados ao PT e à candidatura Lula, com cantos e vivas ao ex-presidente. O evento reunia cerca de 40 pessoas, e, após a celebração, a festa foi invadida pelo agente penitenciário aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”.
Segundo relatos, houve uma discussão entre o aniversariante e Jorge, que sacou uma arma e ameaçou os convidados. “A festa era com temática do PT. Por volta das 23h um sujeito que ninguém conhecia apareceu xingando os convidados, chamando o Lula de desgraçado e esbravejando o nome do Bolsonaro. O maluco disse que voltaria para matar todo mundo. E ele voltou”, contou André Alliana, amigo próximo da vítima.
O aniversariante conversou com amigos e demonstrou receio pelo retorno do agressor. Então resolveu buscar a sua arma para a própria defesa. Minutos depois, o agente penitenciário chegou atirando no guarda municipal, que reagiu. Marcelo Arruda levou três tiros, e Jorge Guaranho também foi atingido. Ambos foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos e faleceram na madrugada deste domingo (10).
A vítima era casada e pai de quatro filhos e exercia a função de guarda municipal há 28 anos. Também era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu e tesoureiro do PT local. Nas eleições de 2020, foi candidato a vice-prefeito de Foz pelo Partido dos Trabalhadores.
Em nota assinada pela presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann e pelo Coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT, Abdael Ambruster, a sigla lamentou o ocorrido e se solidarizou com a família.
“Marcelo estava na flor da idade, tinha uma vida pela frente com sua família, esposa e quatro filhos, a quem prestamos nossa total solidariedade e apoio, e sonhava com um Brasil justo e democrático, fraterno e solidário, que queria construir com o povo brasileiro a partir da derrota do fascismo e da eleição de Lula Presidente”.
Assessoria de Imprensa