O coordenador do setor Covid
do Complexo, Dr. Pedro Augusto, alerta para a gravidade do momento e pede que a
população colabore mantendo os cuidados necessários em tempos de pandemia.
“Apesar das medidas restritivas terem sido flexibilizadas, ainda estamos
vivendo em plena pandemia e não podemos achar que tudo está normal, inclusive,
é preciso alertar a população que os casos graves não mais estão se
concentrando nas faixas etárias de maior idade, pois nós estamos tratando casos
graves da doença em pessoas jovens, em adultos jovens, na faixa entre 25 anos e
55 anos de idade”, disse o médico, lembrando que somente com a vacinação da
população a situação estará em maior controle.
Dr. Pedro lembra que medidas
como usar máscaras, evitar aglomerações, manter
o distanciamento social, lavar frequentemente as mãos e fazer uso de
álcool em gel ou líquido em 70% ajuda a combater a proliferação do vírus e,
consequentemente, diminuir o número de doentes e de pessoas que podem precisar
de uma internação em casos mais grave. “A melhor maneira ainda é a prevenção
porque a Covid é uma doença perigosa e imprevisível. Muitas vezes temos um
paciente jovem, que tinha uma vida saudável, sem comorbidades que complica seu
quadro e outro paciente idoso, com comorbidades que tem uma resposta ao
tratamento mais satisfatória. Então, o melhor mesmo é não arriscar ficar
doente”, reitera Dr. Pedro, lembrado que a cooperação de todos é fundamental
para que se saia deste momento crítico.
Dr. Pedro explicou ainda que
o Complexo hoje atua, basicamente, com dois setores. Um setor de sintomáticos
respiratórios e outro que atende pacientes sem sintomas respiratórios. “Os
pacientes que chegam com infarto, cirrose, com erisipela, e com outros sintomas
são atendidos numa área totalmente diferente dos pacientes que têm sintomas
respiratórios, inclusive, o acesso é distinto”, reitera ele, lembrando que os
pacientes que têm algo ligado ao aparelho respiratório como tosse, cansaço, com
expectoração, etc, têm atendimento no setor de isolamento. “Dentre esses
pacientes, alguns têm o Covid, mas estes são colocados noutra área”, destaca
ele.
O médico destaca também que
o setor de isolamento da unidade é ainda subdividido em duas áreas. Uma dos pacientes suspeitos e outra dos
pacientes confirmados. “Nós não podemos pegar um paciente suspeito de Covid e
colocar ele num a enfermaria comum, onde os pacientes têm outras doenças, pois
se agíssemos assim estaríamos contribuindo para disseminar o vírus”, explicou
ele.
Sobre o paciente Carlinhos
O paciente Carlos Antônio
dos Santos Freitas, de 34 anos, mais conhecido em Patos por Carlinhos, está
internado no setor de isolamento Covid do Complexo, desde a última
segunda-feira (28), ocupando um dos leitos da UTI. Por causa de sua obesidade
elevada, já que o paciente pesa quase 300 quilos, o quadro geral dele é grave e
inspira cuidados principalmente, pelo excesso de peso. Ele encontra-se intubado
e sob monitoramento intensivo. Dr. Pedro lembra que embora o teste rápido feito
na UPA em Carlinhos tenha dado negativo, os sintomas e avaliação clínica do paciente
são indicativos do Covid. “Esse teste rápido tenta diagnosticar a presença de
imunoglobulinas, mas ele tem várias falhas, entre elas o tempo de sintoma,
porque quando o paciente está com poucos dias de sintoma, o organismo ainda não
produziu imunoglobulinas, ou seja, essas defesas. Então, se o teste rápido for
feito muito cedo, ele dará um falso negativo”, esclarece o médico.
Segundo Dr. Pedro, ao chegar
ao hospital foi feito o Swab, que é um exame de maior sensibilidade que detecta
o vírus de forma precoce, já que ele identifica a presença do vírus nas vias
aéreas do paciente. “Mesmo sem o resultado do Swab, que demora uns dias porque
é preciso de tempo possa isolar o vírus, a observação clínica e laboratorial de
Carlinhos e os exames complementares já identificaram uma pneumonia viral, que
é uma das intercorrências do Covid, e portanto, ele já começou o tratamento
contra a doença”, diz Dr. Pedro, lembrando que a gasometria do paciente também
dá o indicativo da doença. “A gasometria vê a oferta de oxigênio e o que
realmente o paciente tem conseguido absorver deste oxigênio. A relação normal é
acima de 300. Um paciente com pneumonia viral grave, por exemplo, tem uma
relação menor que 100 e Carlinhos está apresentando 68, muito aquém do que
seria normal, o que é um forte indicativo de pneumonia viral”, disse o médico.
Dr. Pedro lembrou ainda que o dedimetro, que é um exame que vê a possibilidade de trombos dentro do pulmão, também estava bastante alterado no caso deste paciente. “Normalmente, o dedimetro deve estar abaixo de 250 e em Carlinhos estava em três mil, o que é um forte indicativo de comprometimento nas arteríolas e artérias pulmonares, então por mais que o teste rápido dele tenha dado negativo, a observação clínica é soberana”, finalizou Dr. Pedro.
Assessoria de Comunicação