No texto, intitulado
“Stemming the water wars” (Guerras hídricas), o diretor do Instituto Terra, da
Universidade de Columbia, relata: “Muitos conflitos são provocados ou
inflamados por escassez de água. Conflitos — do Chade a Darfur, ao Sudão, ao
deserto Ogaden, na Etiópia, à Somália e seus piratas, bem como no Iêmen,
Iraque, Paquistão e Afeganistão — acontecem em um grande arco de terras áridas
onde a escassez de água está provocando colapso de colheitas, morte de
rebanhos, extrema pobreza e desespero”.
O conselheiro especial do
secretário-geral da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio faz
grave advertência ao narrar que governos perdem legitimidade perante as
populações ao não serem capazes de atender às necessidades mais básicas de sua
gente. Ele conta que políticos, diplomatas e generais tratam dessas crises como
se fossem problemas comuns no campo administrativo ou militar. No entanto, as
medidas de arregimentação de exércitos, organização de facções políticas, de
combate a líderes guerreiros locais ou enfrentamento a extremismos religiosos
não atingem o resultado de suprir as comunidades com água, alimento e meios de
subsistência — que são demandas urgentes —, pois o desafio estrutural não é
resolvido. O economista norte-americano ainda avisa: “(...) Os problemas da
água não evaporarão por si mesmos. Pelo contrário, se agravarão, a menos que
nós, como comunidade mundial, implementemos uma reação. Uma série de estudos recentes
mostra quão frágil é o equilíbrio hídrico para muitas regiões pobres e
instáveis do mundo”.
Eis o sério alerta do
professor Sachs. É mais que inadiável o empenho conjunto em torno da resolução
de problemas como esse, conforme observamos ocorrer no Estado de São Paulo,
Brasil, em 2014. A água é um bem básico, sem o qual não pode existir vida. A
sua justa distribuição precisa estar acima de interesses políticos, religiosos,
econômicos e militares. Só uma mobilização internacional pode pôr fim ao drama
vivido pelos nossos Irmãos em humanidade e, daqui a pouco, por nós próprios, em
grande extensão.
Convém contritamente
pedirmos a intuição de Deus, do Cristo e do Espírito Santo na tomada de
decisões a fim de que, com maior eficácia, encaminhemos providências corretas,
de modo que alcancemos bom desfecho para tão grave problema, que assola
multidões. Com muito acerto, o saudoso fundador da Legião da Boa Vontade,
Alziro Zarur (1914-1979), ensinou que “o segredo do governo dos povos é unir a
humanidade da Terra à Humanidade do Céu [Espiritual Elevado]”. Isto é,
precisamos ouvir os componentes do Mundo (ainda) Invisível, por meio da prece,
da invocação direta, da meditação ou da intuição, para ganharmos força e
serenidade.
José de Paiva Netto ― Jornalista,
radialista e escritor.