Clarissa Rios defende a
teoria secular, prescrita por Hipócrates, pai da medicina, que escrevia sobre a
alimentação como remédio para prevenir as doenças. “Comer bem significa encher
as nossas células de vitaminas, minerais, fibras, gorduras boas, carboidratos
com alto valor nutritivo, proteínas saudáveis, entre outros. A base para a
formação dos nossos tecidos corporais está disponível nos alimentos,
principalmente aqueles vindos da terra e não das prateleiras dos
supermercados”, destacou.
A médica lembrou que as
condições econômicas responsáveis pelo achatamento do poder de compra dos
brasileiros têm tornado por exemplo, a alimentação para as famílias em
vulnerabilidade social, um item de luxo, e essa realidade de escassez de
alimentos também foi vivenciada pelos ancestrais, que para driblarem a situação
foram forçados a praticarem o jejum, motivando o metabolismo a exercer a
capacidade de reservar energia, pois não se sabia quando seria feita a próxima
alimentação.
Clarissa Rios ainda lembrou
que o alimento só tinha a conotação de nutrir o corpo e era venerado devido a
sua indiscutível importância. “Era utilizado até mesmo em oferendas aos
deuses”, disse.
A nutróloga e médica do
esporte ainda destacou que nos tempos modernos, com a finalidade de tornar o
alimento mais acessível, as fábricas foram motivadas a criarem formas para
manter o alimento comestível por mais tempo.
Outra onda apontada por ela,
nada favorável a saúde e qualidade de vida, foi a comercialização de alimentos
para consumo rápido, os chamados fast foods que viraram quase indispensáveis
para as rotinas corridas. “Esse tipo de alimento costuma ser muito palatável,
ou seja, rico em sabores marcantes (gordura e açúcar), o que produz ainda mais
consequências desastrosas ao nosso corpo”, advertiu.
“Por essa história
metabólica construída em gerações, de um metabolismo guardador de energia, além
de hábitos nada assertivos, chegamos ao nosso resultado atual: uma geração de
crianças e adultos com sobrepeso/obesidade e uma enxurrada de doenças crônicas
em processos de envelhecimento traumáticos. Quanto mais calorias ingerimos,
mais reserva energética criamos, mais as nossas células de gordura se
preenchem, acionando o mecanismo de multiplicação e, assim, cada vez mais
obesos ficamos”, informou.
Dra Clarissa Rios ainda
evidenciou que o pior é que o cérebro começa também a se acostumar com essa
nova massa corporal e aumenta a sinalização para produção hormonal auxiliar na
manutenção da ingestão calórica excessiva. “A bola de neve está forjada! Os
hormônios que provocam a sensação de saciedade estão suprimidos, e agora o
difícil é parar e restaurar uma sinalização adequada para controlar o ganho de
peso”, relatou.
Mas para mudar o cenário, a
nutróloga e médica do esporte, recomenda o básico: escolher alimentos saudáveis
que sirvam para nutrir a máquina humana, e ainda, praticar exercícios físicos
de forma regular, pela vida toda. “O que você está colhendo hoje, sem dúvida, é
reflexo das suas escolhas. E se você quer se ver ou sentir diferente, é preciso
mudar o que está te trazendo esse resultado indesejado. Mudar hábitos não é
fácil, mas é bem possível”, defendeu.
Assessoria