De acordo com a Dra Clarissa
Rios, desde quando nascemos até a velhice, nossos ossos estão em formação, isso
quer dizer que a qualquer momento da vida é possível melhorar a saúde óssea.
Contudo, se o indivíduo não formar uma base forte, provavelmente ficará mais
suscetível a osteopenia e osteoporose.
Ela explicou a diferença
entre a osteopenia e a osteoporose. A primeira é a perda gradual da massa óssea
quando a ação de reabsorver o osso é mais frequente do que a de produzi-lo. Já
a osteoporose se caracteriza quando o comprometimento da densidade mineral
óssea for muito grande, um distúrbio osteometabólico que provoca a redução da
densidade mineral óssea, resultando em alterações da arquitetura dos ossos.
“Por deixá-los mais frágeis, aumentaremos a chance de fraturas”, alertou a
médica.
Segundo ainda a nutróloga e
médica do esporte, a osteoporose inicialmente não apresenta sintomas e por isso
é pouco diagnosticada. A medida que evolui o quadro, podem aparecer dores nas
costas, perda de altura, alterações posturais e fraturas espontâneas (aquelas
sem necessidade de queda ou contusão), mais comuns nas vértebras da coluna,
rádio distal (osso do antebraço) e colo do fêmur (quadril).
Dra Clarissa Rios explicou
que os principais fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose, são:
idade avançada (maiores de 65 anos), etnia branca ou asiática, baixo índice de
massa corporal, história familiar, dieta inadequada, pouca ou nenhuma exposição
solar e o estilo de vida inadequado (sedentarismo, abuso de álcool e
tabagismo).
Para quem já quer se
proteger do problema, entre os fatores protetores certamente o exercício físico
regular é o mais impactante, pois a saúde óssea depende do movimento ósseo, do
impacto. “Mas não entenda o impacto como saltar ou correr. Qualquer movimento
executado por nosso esqueleto depende de alavancas musculares que fazem a ponte
entre um osso e outro. Dessa maneira, todas as vezes em que há contração
muscular, existe também trabalho ósseo”, lembrou a médica.
Entre as atividades físicas
recomendadas pela nutróloga e médica do esporte estão a caminhada, execução de
tarefas domiciliares, transporte manual de compras do mercado e subir escadas,
são formas de estimular o crescimento da nossa massa óssea. “Claro que é
importante ressaltar que atividades aquáticas como a hidroginástica promoverão
menor impacto nos ossos, a ponto de não prevenirem efetivamente a osteoporose,
bem como, atividades mais intensas, de maior carga muscular, promoverão aumento
maior da densidade mineral óssea”, destacou.
De acordo com o professor e
chefe da especialidade de Reumatologia da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), Sebastião Cezar Radominski e outros autores, as recomendações da
diretriz brasileira para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres,
na pós-menopausa incluem os exercícios físicos resistidos, supervisionados,
principalmente que envolvam fortalecimento dos músculos das coxas.
Outra recomendação apontada
pelo professor da UFPR são os movimentos a partir do próprio peso corporal que
devem ser executados para o tratamento dos pacientes que já têm diagnóstico de
osteoporose, com o objetivo de reduzir a chance de quedas e fraturas, bem como,
melhorar a qualidade de vida.
A Revista Brasileira de
Promoção da Saúde publicou artigo no ano passado sobre as ações primárias e
secundárias relacionadas aos fatores de risco para a osteoporose. No impresso,
Giulia Ohana Franco e colaboradores destacaram outros fatores envolvidos na
saúde óssea como a alimentação, principalmente relacionada a ingesta de cálcio
(idealmente 1200mg/dia), vitamina D (em concentrações que dependerão dos
valores séricos, podendo iniciar com 50.000 UI/semana para os que estão com
valores insuficientes) e exposição solar (10-15 minutos diários com braços e
pernas expostos ao sol de intensidade alta).
“Todos esses fatores são
modificáveis e fazem parte do processo preventivo. Não posso deixar de destacar
também a importância da avaliação da secreção hormonal que é parte importante
da fisiopatologia da osteoporose. Esse é um dos fatores, por exemplo, que
promove o aumento da incidência após a menopausa, quando os hormônios estão em
queda brutal”, informou Clarissa Rios.
Outra janela para a
prevenção secundária da osteoporose está ligada ao rastreamento da doença que
deve ser realizado com o exame de densitometria óssea, Raio-X lateral da coluna
lombar e torácica da avaliação de parâmetros laboratoriais como: hemograma,
cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, testes de função tireoidiana, 25OH
Vitamina D, creatinina e calciúria de 24 horas.
“Idealmente deve-se realizar
consulta com um médico que, de acordo com os sintomas e presença de fatores de
risco, definirá quais exames deverão ser realizados”, recomendou a nutróloga e
médica do esporte.
Assessoria