quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Osteoporose atinge milhões de brasileiros e as mulheres após a menopausa são mais incidentes

A osteoporose atinge mais de 10 milhões de pessoas no Brasil, segundo a International Osteoporosis Foundation (IOF). Apesar de atingir os homens também, a incidência nas mulheres após a menopausa, varia entre 15 a 33%. No Dia Mundial de Combate a Osteopenia e Osteoporose, nesta quarta-feira (20), a nutróloga e médica do esporte, Clarissa Rios, destaca a importância da dupla: alimentação balanceada e exercício físico para garantir a saúde óssea, independentemente da idade.

De acordo com a Dra Clarissa Rios, desde quando nascemos até a velhice, nossos ossos estão em formação, isso quer dizer que a qualquer momento da vida é possível melhorar a saúde óssea. Contudo, se o indivíduo não formar uma base forte, provavelmente ficará mais suscetível a osteopenia e osteoporose.

Ela explicou a diferença entre a osteopenia e a osteoporose. A primeira é a perda gradual da massa óssea quando a ação de reabsorver o osso é mais frequente do que a de produzi-lo. Já a osteoporose se caracteriza quando o comprometimento da densidade mineral óssea for muito grande, um distúrbio osteometabólico que provoca a redução da densidade mineral óssea, resultando em alterações da arquitetura dos ossos. “Por deixá-los mais frágeis, aumentaremos a chance de fraturas”, alertou a médica.

Segundo ainda a nutróloga e médica do esporte, a osteoporose inicialmente não apresenta sintomas e por isso é pouco diagnosticada. A medida que evolui o quadro, podem aparecer dores nas costas, perda de altura, alterações posturais e fraturas espontâneas (aquelas sem necessidade de queda ou contusão), mais comuns nas vértebras da coluna, rádio distal (osso do antebraço) e colo do fêmur (quadril).

 

Dra Clarissa Rios explicou que os principais fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose, são: idade avançada (maiores de 65 anos), etnia branca ou asiática, baixo índice de massa corporal, história familiar, dieta inadequada, pouca ou nenhuma exposição solar e o estilo de vida inadequado (sedentarismo, abuso de álcool e tabagismo).

Para quem já quer se proteger do problema, entre os fatores protetores certamente o exercício físico regular é o mais impactante, pois a saúde óssea depende do movimento ósseo, do impacto. “Mas não entenda o impacto como saltar ou correr. Qualquer movimento executado por nosso esqueleto depende de alavancas musculares que fazem a ponte entre um osso e outro. Dessa maneira, todas as vezes em que há contração muscular, existe também trabalho ósseo”, lembrou a médica.

Entre as atividades físicas recomendadas pela nutróloga e médica do esporte estão a caminhada, execução de tarefas domiciliares, transporte manual de compras do mercado e subir escadas, são formas de estimular o crescimento da nossa massa óssea. “Claro que é importante ressaltar que atividades aquáticas como a hidroginástica promoverão menor impacto nos ossos, a ponto de não prevenirem efetivamente a osteoporose, bem como, atividades mais intensas, de maior carga muscular, promoverão aumento maior da densidade mineral óssea”, destacou.

De acordo com o professor e chefe da especialidade de Reumatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sebastião Cezar Radominski e outros autores, as recomendações da diretriz brasileira para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres, na pós-menopausa incluem os exercícios físicos resistidos, supervisionados, principalmente que envolvam fortalecimento dos músculos das coxas.

Outra recomendação apontada pelo professor da UFPR são os movimentos a partir do próprio peso corporal que devem ser executados para o tratamento dos pacientes que já têm diagnóstico de osteoporose, com o objetivo de reduzir a chance de quedas e fraturas, bem como, melhorar a qualidade de vida.

A Revista Brasileira de Promoção da Saúde publicou artigo no ano passado sobre as ações primárias e secundárias relacionadas aos fatores de risco para a osteoporose. No impresso, Giulia Ohana Franco e colaboradores destacaram outros fatores envolvidos na saúde óssea como a alimentação, principalmente relacionada a ingesta de cálcio (idealmente 1200mg/dia), vitamina D (em concentrações que dependerão dos valores séricos, podendo iniciar com 50.000 UI/semana para os que estão com valores insuficientes) e exposição solar (10-15 minutos diários com braços e pernas expostos ao sol de intensidade alta).

“Todos esses fatores são modificáveis e fazem parte do processo preventivo. Não posso deixar de destacar também a importância da avaliação da secreção hormonal que é parte importante da fisiopatologia da osteoporose. Esse é um dos fatores, por exemplo, que promove o aumento da incidência após a menopausa, quando os hormônios estão em queda brutal”, informou Clarissa Rios.

Outra janela para a prevenção secundária da osteoporose está ligada ao rastreamento da doença que deve ser realizado com o exame de densitometria óssea, Raio-X lateral da coluna lombar e torácica da avaliação de parâmetros laboratoriais como: hemograma, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, testes de função tireoidiana, 25OH Vitamina D, creatinina e calciúria de 24 horas.

“Idealmente deve-se realizar consulta com um médico que, de acordo com os sintomas e presença de fatores de risco, definirá quais exames deverão ser realizados”, recomendou a nutróloga e médica do esporte.


Assessoria