Fazer prece (que se
assemelha a meditar) estabelece um entrelaçamento entre a Terra e o Céu, uma
interação de Paz, de Fraternidade, de Solidariedade, de sentimento de Compaixão
uns pelos outros na hora da dor e da alegria, a despeito de crença ou
descrença. Não se ora somente quando nos ajoelhamos de corpo ou Espírito diante
do Poder Superior. Mas, sobretudo, quando nos amamos uns aos outros tanto
quanto Jesus nos tem amado, quanto Moisés amou, quanto o Profeta Muhammad amou,
quanto Buda amou, quanto Lao-tsé amou, quanto Confúcio amou, quanto Zaratustra
amou; e também quanto incontáveis missionários de Deus, que trouxeram à Terra
uma mensagem de Paz, de Misericórdia, de Conhecimento, de Fraternidade. E o
mundo precisa tanto disso para sobreviver! Eis por que é vital que haja forte
atenção à disciplina além do intelecto (só a razão humana não basta), conforme
propõem a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico. Elas
representam o encontro com Deus, o Criador Supremo, por meio de Suas criaturas,
Cidadãs do Espírito. Do contrário, nada adianta, pois acabaremos por nos
estorricar, encarnando a profecia de Pedro Apóstolo, em sua Segunda Epístola,
3:8 a 13. Ao responder a alguns escarnecedores que julgavam demorado o retorno
do Divino Mestre Jesus, que prometera voltar ao Terceiro Dia, o príncipe dos
Apóstolos lança esta advertência: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um
dia, para o Senhor, é como mil anos, e mil anos, como o dia que já passou. O
Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a tenham por tardia; pelo
contrário, Ele é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam,
senão que todos venham a arrepender-se. Virá, entretanto, o Dia do Senhor como
o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os
elementos, ardendo, se desfarão; também a terra e as obras que nela existem
serão atingidas. Visto que todas essas coisas serão assim desfeitas, vivei em
santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda desse Dia do
Senhor, por causa do qual os céus, incendiados, se desfarão, e os elementos
abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos Novos Céus
e Nova Terra, nos quais habitará a Justiça de Deus”.
Amém! Eis aí! A humanidade é
teimosa e sempre sobrevive aos seus mais enlouquecidos tempos e
comandantes.
Quanto ao fato de ter eu
afirmado que fazer prece assemelha-se a meditar, significa dizer que um Irmão
ateu, quando medita ou pratica um ato que beneficia a coletividade, está
orando. Por isso, ninguém está excluído desse celeste benefício.
José de Paiva Netto ― Jornalista,
radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br —
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