Reajuste foi anunciado pela
Petrobras na segunda-feira
"É inadmissível se
anunciar agora, o velho presidente [da Petrobras] ainda, um reajuste de 39% no
gás. É inadmissível. Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram
feitos pensando no Brasil, num período de três meses? Não vou interferir, a
imprensa vai dizer o contrário", criticou.
O presidente fez referência
ao presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que deixará o cargo nos
próximos dias, passando o comando da empresa para o ex-presidente de Itaipu
Joaquim Silva e Luna, que acompanhou o discurso de Bolsonaro. Ele deverá ser
confirmado como novo presidente da Petrobras na assembleia do Conselho
Administrativo da empresa, prevista para o próximo dia 12.
O novo valor do gás natural
valerá a partir do dia 1º de maio. Ao contrário de outros combustíveis, como
gasolina e diesel, o gás natural é corrigido em intervalos regulares, a cada
três meses. De acordo com a Petrobras, o aumento se deve à aplicação das fórmulas
dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à
taxa de câmbio, nos meses anteriores. Logo, o preço que será praticado em maio,
junho e julho, tem como referência as variações verificadas em janeiro,
fevereiro e março. Durante esse período, o petróleo subiu 38%, seguindo a
tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das
commodities também subiram com a desvalorização do real.
O gás natural é destinado
principalmente para a indústria, geração de energia elétrica e veículos movidos
a gás, com as residências respondendo por apenas 2% do consumo desse
combustível no país, conforme dados de 2020 da Associação Brasileira das
Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). O gás natural é diferente,
portanto, do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, usado na
grande maioria das residências brasileiras. Em 2020, o botijão de GLP acumula
aumento de 17% nas refinarias.
Agência Brasil