O deputado lembra que embora
legal, essa nomeação é completamente arbitrária. “O processo estabelece que é
prerrogativa do presidente da República definir os nomeados para o cargo de
reitor das Universidades Federais, a partir da lista tríplice encaminhada pelas
instituições, mas, o mínimo que se espera de quem nomeia alguém para um cargo
deste é respeitar a decisão da comunidade acadêmica, o que não aconteceu na
UFPB, quando foi escolhido o último colocado na disputa eleitoral. Essa manobra
nada mais é que uma forma de intervenção nas universidades públicas do país, para
colocar nos cargos apoiadores ligados ao projeto político e de poder do
presidente. Infelizmente, essa é a realidade de descaso com a Educação e com as
universidades públicas em todo o país neste (des)governo federal”, disse Jeová.
Em entrevista a uma rádio de
João Pessoa, nesta quarta-feira (05), a candidata mais votada, Terezinha
Domiciano, disse ainda estar estarrecida com a nomeação e falou que não teve
tempo ainda de ver se cabe alguma medida jurídica para tentar reverter à
nomeação. “Ainda estou sob o choque desta notícia que deixou toda a comunidade
acadêmica perplexa. Não sei se cabe alguma medida jurídica que reverta essa
decisão, só penso que um reitor que teve uma votação tão inexpressiva dos
docentes, técnicos administrativos e estudantes e que não conseguiu nenhum voto
no Consuni não tem respaldo para comandar a UFPB”, disse Terezinha. O novo
reitor foi nomeado para definir os destinos da UFPB para o período 2020 - 2024.
Jeová lembra ainda que com
essa nomeação, Bolsonaro quebra um costume adotado desde o governo Lula, que
era nomear o primeiro colocado da lista tríplice, que no caso da UFPB, seriam
Terezinha e Mônica, da Chapa 2 - "Inovação com Inclusão", que
venceram as eleições com 964.518 votos (soma total ponderada e normalizada). O
segundo lugar Isac/Regina Célia obteve 920.013 votos (soma total ponderada e
normalizada). A chapa do reitor nomeado Valdiney/Liana obteve apenas 106.496.
“Esse é mais um desmonte da universidade pública, é o caminho da privatização
do ensino público no Brasil, é a tentativa de ampliar o caráter ideológico no
campo da direita, da narrativa conservadora, que nega a ciência. É o processo
de desmonte da Educação, infelizmente e para que isso não continue precisamos
lutar pela defesa da democracia, da universidade pública e da autonomia
universitária”, destaca Jeová.
Em pronunciamento, o
presidente do Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb), Fernando Cunha,
reforçou que esse é mais um ataque do governo Bolsonaro à Democracia: “Este é
mais um ataque à universidade, à democracia e à autonomia universitária,
demonstrando, claramente, que esse governo não tem nenhuma responsabilidade com
a coisa pública, com a legitimidade dos processos democráticos. Ele demonstra
claramente que é inimigo da Educação”, disse Fernando.