terça-feira, 20 de março de 2018

Parlamentares paraibanos participam de debate em Brasília sobre as obras da Transposição do Rio São Francisco


Depois de quase um ano de paralisação, por causa do abandono da construtora Mendes Júnior, e após uma retomada lenta e morosa, a conclusão das obras do Eixo Norte da Transposição preocupam, já que as águas do projeto só chegam ao sertão de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte após a conclusão deste trecho. Para debater essa questão, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal fará, nesta terça-feira (20), no Plenário 09, um debate sobre o andamento das obras da transposição do Rio São Francisco. O evento, que contará com a presença do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e dos deputados estaduais, Renato Gadelha e Jeová Campos, está marcado para começar as 14h30.

O presidente da Frente Parlamentar da Água da Assembleia Legislativa, deputado Renato Gadelha, e o presidente da Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente da ALPB e ex-presidente da Frente, deputado Jeová Campos, já confirmaram participação no debate. “O Consórcio Emsa – Siton, habilitado para concluir os trabalhos restantes das obras do Eixo Norte da Transposição está trabalhando em marcha lenta e já poderia ter feito muito mais, eu diria até que já deveriam ter concluído a obra que restava, em janeiro último, menos de 10%. E isso é motivo de muita preocupação porque significa um atraso muito grande nas obras do Eixo Norte, cuja conclusão significará a chegada das águas nestas regiões do sertão nordestino”, argumenta Jeová.

O parlamentar lembra que enquanto as obras do Eixo Leste estão praticamente prontas, inclusive com as águas já chegando ao Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, o sertão pernambucano, paraibano e do Rio Grande do Norte não tiveram a mesma sorte por causa da não conclusão das obras do Eixo Norte. “É preciso mais celeridade na conclusão deste trecho”, reitera Jeová. Ele lembra que o Eixo Norte constitui-se em um percurso de, aproximadamente, 400 km, com ponto de captação de águas próximo à cidade de Cabrobó (PE). De acordo com o projeto, essas águas serão transpostas aos rios Salgado e Jaguaribe até os reservatórios de Atalho e Castanhão no Ceará; ao Rio Apodi, no Rio Grande do Norte; e Rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando aos reservatórios de Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, no sertão paraibano, além de Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte.

Ainda de acordo com o deputado, neste debate de amanhã, ele vai tentar incluir pautas correlatas, a exemplo da execução das obras do canal de, aproximadamente, seis quilômetros que interligará as barragens de Caiçara/Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras, que ficou de fora do projeto inicial, mas que é imprescindível, porque sem esse canal as águas da transposição não chegam em Cajazeiras. “O Ministério já tem conhecimento da necessidade de fazer esse trecho, o próprio ministro já disse que irá dar encaminhamento a essa questão, mas até agora nada de concreto foi feito neste sentido e vamos também cobrar do ministro uma posição sobre essa demanda”, destaca Jeová.

Sobre a transposição
É um projeto de deslocamento de parte das águas do rio São Francisco nomeado pelo governo brasileiro como "Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional". O projeto é um empreendimento do Governo Federal, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional. A obra inclui a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (Norte e Leste) passando pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove estações de bombeamento de água. Com previsão de beneficiar 12 milhões de pessoas, o projeto prevê a captação de apenas 1,4% da vazão de 1 850 m³/s do São Francisco, dividida nos dois eixos de transposição.



Assessoria