quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Daniella diz que a transferência de administração da saúde para a iniciativa privada gera dúvidas

A deputada Daniella Ribeiro, autora do requerimento na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, para discutir a questão da saúde no Estado da Paraíba, e mais precisamente, a medida do Governo em transferir o comando da administração do Hospital de Trauma para uma entidade particular e a perspectiva de que aconteçam essas mesmas providências nas demais casas hospitalares administradas pelo Poder Público, disse que o problema da saúde é muito grave e merece uma análise aguçada e a atenção da sociedade.

Asseverou que “o Governo do Estado defende a privatização como medida redentora, uma solução mágica, capaz de melhorar o atendimento e ainda economizar o dinheiro dos contribuintes, mas a verdade é que essa gestão pactuada traz apenas incertezas e levanta inúmeras dúvidas”.

“A certeza é que o governo não consegue e nem tem competência de administrar um hospital. Eu só penso que se o governo privatizar tudo que não consegue administrar até o final do ano deverá ter o primeiro Estado exclusivamente privado da história: Paraíba Ltda. ou Paraíba S/A. Quanto às dúvidas são muitas, mas decorrem, sobretudo, sobre o procedimento adotado, pois não houve transparência e nem se sabe como essa entidade foi escolhida”.

Assinalou que “nós notamos que o Governo mudou de estratégia. Na primeira sessão que realizamos nesta Casa para discutir as demissões de prestadores de serviço, o governo mandou quatro secretários, quando havíamos convocado somente um. Como eles foram expostos agora a decisão é de que não esteja presente. Agora, sequer o secretário de Saúde apesar de ser convocado se fez presente, num verdadeiro desrespeito à população paraibana e ao Poder Legislativo”.

“Nós não sabemos de fato o que existe nesse contrato que privatiza a gestão do Hospital e que foi executado sem qualquer anúncio prévio e sem que a sociedade em geral e o Legislativo, em particular, tivesse qualquer conhecimento sobre o que seria feito e como seria feito”, assinalou.

Ela afirmou que lamentava a postura adotada pelo Governo do Estado quando a Casa se propôs a discutir os assuntos de interesse da sociedade. Mas lamentavelmente, o Governo não respeita a instituição e não discute esses temas tão importantes.

Apesar da ausência dói secretário de Saúde, o Ministério Público se fez representar, além de representantes de várias entidades médicas e sindicais.

A sessão iniciada por volta das 10h30 se estendeu por quase toda a tarde, com discursos de um grande número de oradores, inclusive deputados.

Ascom