quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Mais aliados de Romero detonam aliança do ex-prefeito de CG com João Azevêdo: “Não venderei a minha alma ao diabo”

Romeristas lembram críticas do ex-gestor campinense ao governador e elogios a Bolsonaro

Na última semana, a possível aliança de Romero Rodrigues (PSD) com o governador João Azevêdo (Cidadania) suscitou vigorosos pronunciamentos de vereadores campinenses, do deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) e do próprio prefeito de Campina Bruno Cunha Lima (PSD). “Não venderei a minha alma ao diabo para ter um cargo político”, diz um aliado de Romero. Aliados lembram que há poucos meses Romero Rodrigues criticava na imprensa o governo de João Azevêdo e elogiava a gestão do presidente da República Jair Bolsonaro. "Governo fraco e sem obras estruturantes", dizia Romero sobre a atual gestão estadual.

No tocante aos vereadores da CMCG, Rubens Nascimento (DEM) e Alexandre Pereira (PSD), aliados de Bruno e de Romero, ambos reprovaram a aliança entre Romero e João. Rubens Nascimento (DEM) disse: “A minha posição é não relativizar princípios nem as minhas falas (…) Decisões circunstanciais, que não se preocupam com o todo da Paraíba. Personalidades que colocam a sua biografia em risco (…) É preciso montar uma chapa muito competitiva no campo das oposições (…) Não sairei do ponto onde sempre estive”.

Já Alexandre Pereira (PSD) que é um fiel defensor do presidente Jair Bolsonaro comentou na tribuna da Câmara: “Eu prefiro ter posições firmes e não renunciar a elas. Eu prefiro entrar na fornalha sozinho, e de lá sair de cabeça erguida, do que ter que renunciar aos meus princípios; à minha fé; às minhas convicções, em favor de um plano de interesse pessoal meu ou de quem quer que seja. Não venderei a minha alma ao diabo para ter um cargo político”.

Assim também pensou o deputado estadual Tovar Correia, que não descartou um eventual rompimento com o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, em caso dele se aliar com o governador João Azevêdo para as eleições do ano que vem. Tovar diz que Campina Grande quer voltar a governar a Paraíba e que, em caso de a aliança João/Romero ir à frente, deverá haver uma rediscussão para que a oposição se alinhe totalmente com o novo candidato.

"É claro que é preciso muitas discussões, isso não se resolve do dia para a noite. Se os rumos se voltarem para esse lado [de a aliança João/Romero] será preciso rediscutir a situação para que nessa rediscussão possa se ter um alinhamento da maior parte desse grupo de oposição que eu defendo que marche unido com quem quer que seja o nosso candidato", comentou.

No entanto, Tovar espera, ainda, que Romero volte atrás e seja novamente o candidato a governador da oposição. Ele disse que fica feliz sempre que aliados e lideranças do grupo de oposição, a exemplo do irmão de Romero, o deputado estadual Moacir Rodrigues (PSL), manterem a "chama" da candidatura do ex-prefeito de Campina Grande acesa. "Há declarações de vários aliados, o deputado Moacir Rodrigues, por exemplo, eu fico feliz e muito feliz quando vejo ainda essa chama acesa, a chama da candidatura do prefeito Romero Rodrigues que é uma chama que eu sempre defendo, que eu sempre alimento, para que a gente tenha a candidatura de um homem que fez muito por Campina e mostrará que pode fazer muito mais pela Paraíba", declarou.

Na sua mais recente declaração a imprensa a respeito dessa aliança, Bruno disse que o diálogo com o Governo João foi uma quebra de jejum de uma década e que não se furtará de dialogar seja com quem for para atrair investimentos para Campina Grande. “Foi uma quebra de jejum de mais de 10 anos sem que um prefeito de Campina Grande tivesse uma agenda administrativa com o governador. Agora, diálogo é uma coisa, aliança é outra totalmente diferente. Ao ser eleito prefeito de Campina, fui eleito para dialogar com todas as pessoas e eu disse desde janeiro que iria bater em todas as portas que forem necessárias em busca de convênios, pedi e peço. Outra coisa completamente diferente é uma aliança política. Eu não consigo compreender, em pleno século 21, pelo simples fato de haver uma relação institucional isso sinalizar para uma aliança política. Para mim uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Respeito institucionalmente o governador, o presidente da República, as autoridades constituídas, o senador Veneziano, bem como os demais senadores, então tenho que institucionalmente respeitar a todos, mas no campo da política eu defendo a candidatura das oposições”, explicou.

Criticas de Romero Rodrigues a João Azevêdo: Romero, em recente entrevista ao Blog do Jordan Bezerra, fez uma avaliação sobre do governo João Azevêdo. “Governo fraco, não existe uma obra estruturante, consistente. Se o governo encerrasse hoje, certamente não poderíamos citar uma obra estruturante que realmente possa representar o governo dele. Vemos como o sertão está precisando de demandas importantes. No período da Covid faltou uma estrutura de saúde compatível, que fosse implantada na região, e que pudesse salvar vidas, o sertão sentiu essa necessidade. Patos poderia ter um equipamento compatível”, afirmou. Assista: https://youtu.be/O_KemJm80ho

 

Da Redação