quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Contradições do senador Cássio Cunha Lima

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) tem repetido a exaustão, desde o início do ano, que só vai discutir 2014 em 2014. Ou seja, que só pretende discutir sobre as eleições governamentais no ano da eleição.
O discurso é simpático e o senador faz questão de evidenciar que discutir as eleições do próximo ano agora é um ‘desserviço’ à Paraíba, além de defender, com ênfase, que o momento é de trabalhar para ajudar o governo e o Estado a melhorar.
Só que esse discurso merece vírgula ou vírgulas. Quem tem acompanhado a movimentação política no Estado já deve ter percebido claramente que existe um bom hiato, uma respeitável diferença, entre discurso e prática.
A prática do senador Cássio Cunha Lima e de seus principais aliados tem sido exatamente a de antecipar 2014.
Inicialmente, Cássio usava de declarações sutis, mas sempre agiu para ocupar espaços políticos e aparecer da mídia. Agora, já parece estar abandonando a sutileza para falar mais abertamente de política, inclusive incorporando críticas à gestão do governador Ricardo Coutinho (PSB).
Os aliados, no entanto, nunca cultivaram a sutileza e sempre defenderam abertamente a candidatura de Cássio a governador. Alguns, há tempo, já defendem o rompimento da aliança com o governador Ricardo Coutinho.
verdade é que existe uma flagrante contradição entre discurso e prática nos movimentos do senador Cássio Cunha Lima. Ele diz se negar a discutir a disputa de 2014, mas age com vigor para fortalecer seu partido (PSDB) e parece estimular os aliados a lançar e defender sua candidatura abertamente, além da crescente ambiguidade de suas declarações em relação ao governador.
Essas são todas ações que antecipam a disputa eleitoral e contradizem o frequente discurso do senador Cássio Cunha Lima de que só pretende discutir 2014 em 2014.
Aliás, a rigor, talvez não seja absurdo se afirmar que, em qualquer circunstância, Cássio já ganhou as eleições de 2014. Se for candidato, vai sair na frente e com alta popularidade pelas articulações que fez e o barulho de aliados. Se não for candidato, terá cacife para impor as condições de qualquer aliança que celebrar.
Mais do que bem intencionado para com o Estado, Cássio é mesmo uma esperta raposa política.

    Josival Pereira