Para receber os alunos, a equipe implementou pequenas adaptações no piso da Galeria de Artes, para auxiliar na localização das informações, uma vez que o equipamento cultural não oferece piso tátil direcional. Nas redes sociais do projeto, toda a comunicação visual é transcrita em textos por meio de descrições, em mais um mecanismo de acessibilidade.
Os alunos conheceram o projeto, um pouco da arquitetura Art Déco e da história do patrimônio cultural campinense. A visita foi coordenada pela professora Mércia Rodrigues, do Instituto dos Cegos, que elogiou a iniciativa. “Fico muito alegre, depois de tantos anos como professora de pessoas com deficiência visual, e num momento de pandemia, em visitar uma exposição que dá acesso para eles”, disse.
De acordo com Cristianne Melo, professora da UFCG que desenvolve pesquisas voltadas para a fotografia e acessibilidade, fornecer meios de inclusão social é uma obrigação de todos, principalmente dos aparatos culturais e museológicos. “A gente precisa falar sobre inclusão. Não é só a questão da acessibilidade, de tornar acessível, mas também de incluí-los nas produções e na programação cultural da cidade. Esses jovens tiveram hoje a oportunidade de conhecer um pouco sobre o patrimônio, sobre história e todos os conteúdos apresentados pelo projeto”, comentou Cristianne.
Para o fotógrafo Jorge Barbosa, esse foi um dos momentos mais importantes do projeto. “Vimos na prática a concretização de nosso esforço em fornecer o mínimo de acessibilidade para as pessoas com deficiência visual. Foi um momento mágico, de interação e muito aprendizado para todos nós. Receber um feedback positivo dos alunos foi a maior recompensa que poderia existir”, agradeceu.
O projeto Déco em Movimento foi contemplado pela Lei Emergencial Cultural Aldir Blanc do Governo Federal (Lei 14.017/2020), por meio do Edital de Artes Visuais 006/2020, lançado pela Prefeitura de Campina Grande. As fotografias documentais compõem a contrapartida social. As imagens atestam as belezas e o valor do patrimônio arquitetônico das principais ruas do Centro de Campina Grande e que tem sobrevivido com dificuldade às transformações urbanas.
Vários debates estão sendo realizados pelo projeto, junto às universidades, escolas e com a sociedade em geral, com temáticas voltadas para a preservação e valorização do patrimônio cultural campinense. O objetivo é estimular as ideias e promover uma conscientização coletiva sobre a necessidade de se criar políticas públicas de preservação deste patrimônio para as próximas gerações.
Assessoria de Comunicação