O diretor da Asplan, Pedro
Neto, lembra que a baixa precipitação pluviométrica nos meses que,
tradicionalmente, são mais favoráveis, é a principal razão dessa queda na
produção canavieira paraibana. “Historicamente, nos meses de junho e julho
chove até cerca de 600 milímetros e, este ano, na região que mais choveu no
estado atingiu cerca de 200 milímetros”, disse o produtor.
Ele lembra que para agravar
ainda mais a situação, apenas 30% dos produtores canavieiros locais dispõe de
irrigação. “Esse percentual de produtores com irrigação de salvação tem que
aumentar para se prevenir, justamente, uma situação como essa e para que não
tenhamos uma oscilação tão grande de safra por causa da escassez de chuvas”,
reitera Pedro Neto.
O levantamento da Conab
estima uma expectativa nacional de colheita de 592 milhões de toneladas,
representando um volume de cerca de 62 milhões de toneladas de matéria-prima a
menos em relação à safra 2020/21. Os efeitos climáticos adversos da estiagem durante
o ciclo produtivo das lavouras e as baixas temperaturas registradas em junho e
julho estão entre as causas da redução, que incluem ainda episódios de geadas
em algumas áreas de produção, sobretudo nos estados de São Paulo e Mato Grosso
do Sul. No 1º levantamento realizado pela Conab em maio, os números já
mostravam queda percentual de 4% na cana em relação à safra anterior.
A pesquisa para o 2º
levantamento mostra que no Nordeste, houve redução de 1,9% na área a ser
colhida, mas o aumento de 4,2% na produtividade média deverá resultar em uma
produção de 49,5 milhões de toneladas, 2,2% a mais que na safra passada. Na
Região Norte, a tendência é de manutenção da área a ser colhida e crescimento
de 7,5% de matéria prima, totalizando 3,7 milhões de toneladas.
Na Região Sudeste, principal
produtora do país, houve redução de 6,6% na área a ser colhida, totalizando
cinco milhões de hectares, e decréscimo de 13,3% na produção, estimada em 371,5
milhões de toneladas. Já o Centro-Oeste, com área semelhante à colhida na
última safra, tem volume previsto em 135,4 milhões de toneladas, 3,2% menor que
a obtida na safra anterior. No Sul, a pequena elevação de 0,2% na área
cultivada não garantiu aumento na produção total, que pode chegar a 31,9
milhões de toneladas, com redução de 6,7% em comparação com o ciclo passado,
devido à redução na produtividade.
Os dados completos sobre o
2° Levantamento da Safra 2021/22 de cana-de-açúcar e as condições de mercado
deste produto podem ser conferidas no Boletim de Safra da Cana-de-Açúcar.
Outras informações sobre os efeitos do clima nas safras são disponibilizadas
regularmente nas edições do Monitoramento de Geadas e no Boletim de
Monitoramento Agrícola da Conab.
Fonte: Conab e DP