segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Estudantes se opõem à Escola Integral e cobram ao Governo melhorias

O Governo do Estado anunciou a criação de mais Escolas Cidadãs Integrais aumentando para 100 o número de escolas contempladas com o projeto.  Porém, estudantes têm protestado contra a mudança na Educação.

“A proposta de ensino integral é ótima porque coloca mais condições de aprendizado para o aluno, no entanto para que o ensino integral se viabilize é necessário que as escolas tenham estrutura para isso”, conta Jonata Silva, estudante da rede estadual e representante da Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (APES).

Segundo o estudante, a situação de banheiros dos colégios estaduais, qualidade das merendas, falta de laboratórios, ginásios e até a remuneração dos professores precisariam ser reavaliados antes da escola integral ser colocada em prática.

“Colocar o ensino integral da maneira que está sendo colocado aqui no nosso estado, na nossa opinião é inviável porque não temos estrutura para isso”, ressalta.

As escolas integrais já estão presentes em algumas cidades paraibanas. No total, onze mil alunos são contemplados em 2017.  Com a abertura de mais cem em 2018, mais de 35 mil alunos vão fazer parte desse estilo de ensino.

Jonata estuda no Lyceu Paraibano, uma das principais e mais antigas instituições de ensino de João Pessoa. O Lyceu ainda não está na rota das escolas integrais para o próximo ano, mas para o estudante, isso é mais um motivo de preocupação.

“Se o Lyceu Paraibano, que é uma das principais escolas do estado sofre com problemas estruturais, quanto mais essas outras escolas de bairros que atualmente têm uma estrutura muito decadente”, aponta.

Na grade integral, o período letivo tem duração de 9 horas e 30 minutos. Os alunos têm acesso a disciplinas obrigatórias, e podem participar de aulas de música, teatro, cinema, empreendedorismo e fotografia. A Escola Estadual Olivina Olívia, próximo ano vai funcionar dessa forma.

Uma estudante do Olivina que não quis ser identificada se diz preocupada com alunos que trabalham em horários opostos ao que estudam, alunos que fazem cursos fora da instituição, ou que não podem estar de forma integral. A aluna ainda argumenta que haverá uma redução no número de alunos com a mudança.

“Para onde vamos quando implantarem de vez esse projeto? O que vamos fazer?”, questiona.

Mesa redonda

Na última sexta-feira (17) alunos da rede estadual fizeram um protesto que começou na frente do Liceu e chegou até a Praça dos Três Poderes. Além dos protestos, os estudantes querem ser ouvidos em conversa com o Governo.

“Quando o governador assina por decreto a criação das escolas integrais sem discutir com a sociedade, a gente acha que isso é um equívoco, e um equívoco muito grande. É importante que se faça esse debate”, ressalta Jonata.

Em contato com o secretário de Educação, Aléssio Trindade, mas até o fechamento dessa matéria, não tivemos retorno.


Com MaisPB