segunda-feira, 13 de julho de 2015

Zé Maranhão vai deixar Cássio dar cartas no PMDB?

Todos nós sabemos que o senador Cássio dá as cartas em muitos partidos, além do PSDB, sua própria legenda. São agremiações menores, onde existem no comando pessoas suas e que rezam politicamente na cartilha do tucano. Mas daí dizer que o poder de Cássio chega ao PMDB, é de não acreditar. Pois isso está para ocorrer, na Paraíba.

Na última campanha eleitoral, Cássio teve pelo menos três diretos “representantes” seus no PMDB: Manoel Júnior, André Gadelha e Trocolli Júnior. Além, é claro, de outros que simpatizavam com a sua candidatura, mas tiveram mais prudência em suas posições, trabalhando por Cássio mais discretamente.

Dentre eles, vários prefeitos peemedebistas que votaram em Cássio na eleição pra governador e, para segurar o comando do PMDB em suas cidades, votaram em Maranhão para senador. Claro que, dando o voto em Maranhão, este, como presidente, não faria ‘caça às bruxas’ após o pleito, quando o PMDB, mesmo sofrendo como sofreu, saiu-se vitorioso, podemos dizer assim, sendo o único partido a eleger um senador, três deputados federais (a maior bancada) e quatro estaduais (a segunda maior bancada). E ainda contribuir para a vitória do governador no segundo turno.

Passada a eleição, os que mais sofreram com o ‘racha’ peemedebista, Veneziano – que teve sua candidatura a governador rifada dentro da legenda; e Vitalzinho, o candidato a governador mais traído da história da Paraíba – resolveram dar um crédito a Maranhão e aos peemedebistas traíras, acreditando que a proximidade com Cássio ocorrera, apenas, na eleição de 2014, não perdurando para o pleito de 2016 e nem para o de 2018. Puro engano!

O que vemos agora é a atuação destes peemedebistas em consonância com o que pensa, o que determina e o que quer Cássio. Manoel Júnior quer Cássio e o PSDB junto com o PMDB no ano que vem, em João Pessoa. Foi à convenção tucana na capital, inclusive vestindo camisa nas cores do PSDB e dando declarações de ‘namoro’ com Cássio e com os tucanos.

Em Sousa, André Gadelha ‘peita’ o comando peemedebista ao receber Cássio no aniversário da cidade, passear pelas ruas, bater fotos e elogiar quem tramou para reduzir o seu partido a nada, no ano passado. E André quer, desta forma, que o PMDB lhe dê legenda para disputar a reeleição no ano que vem? Para depois, em 2018, fazer a mesma coisa que fez em 2014, dar um chute naquele canto de Veneziano – o pré-candidato do partido a governador – e apoiar Cássio ou um indicado do ninho tucano novamente?

No caso de Sousa, o mais grave é que existe uma liderança emergente de lá que pode surpreender. Falo do empresário Zenildo Oliveira, que tem feito de tudo para aparecer bem junto aos sousenses. E tem conseguido. Eu não conheço Zenildo pessoalmente, mas perguntei a alguns amigos que tenho na imprensa e a algumas pessoas de Sousa com as quais tenho ligação e todas me deram as mesmas credenciais.

Trata-se de um empresário bem sucedido, que fez fama e criou um império empresarial com muito trabalho, esforço, dedicação, competência e, acima de tudo, uma gestão diferenciada, que sabe lidar com os funcionários e, mais que isso, procura deixa-los sempre empolgados e satisfeitos com a gestão empresarial. Este é, inclusive, o mote da campanha de Zenildo, caso ele seja candidato a prefeito de Sousa, como almeja: levar o sucesso de sua gestão empresarial para a gestão pública.

Zenildo tem paparicado os líderes peemedebistas para se filiar ao partido, prometendo a fidelidade que André não teve, não tem e, podem escrever, não terá com o PMDB. E olhe que ele está bem na fita lá em Sousa. Os colegas de lá me disseram que existem pesquisas que colocam a gestão de André na Prefeitura em patamares parecidos com uma certa presidente de um certo país. E já colocam André em pé de igualdade com o candidato do governador, Fábio Tyrone. E André... Este fica em terceiro.

Então, gente, pra quê ficar a reboque de André, de Manoel Júnior e de outros que só trabalham para diminuir um partido tão grande como o PMDB? É preciso que essas pessoas tenham consciência disso. Antes que seja tarde demais e o PMDB acabe fechando pra balanço. Se Maranhão não vê isso – ou não quer ver – que outros vejam por ele. Afinal, um partido deve se posicionar pelo que pensa a maioria de seus membros, não pelo que quer apenas o seu presidente.


Professor Jônatas Frazão