Os retratos pintados por ele, que ele desenha olhando apenas a foto e fazendo medições com uma régua comum, são impressionantes pela fidelidade a imagem original. Ele não tem preferências para desenhar, mas gosta de retratar políticos, artistas, animais, modelos de roupas. Já desenhou o governador da Paraíba, João Azevêdo e o prefeito da capital, Cícero Lucena. Entre seus ídolos já retratados por ele, os das cantoras Marília Mendonça, que ele desenhou quando ela ainda estava viva, e Anita impressionam demais pela fidelidade dos traços retratados no desenho. Não há diferença das fotos originais para os traços feitos por ele.
E o detalhe é que ele trabalha com materiais rudimentares, lápis pouco apropriados (quando os tem), numa bancada improvisada e sentado numa cadeira de plástico que de tão velha já está quebrada em um dos braços. O que falta de instrumentos e materiais sobra em talento. Talento, inclusive, que nem a mãe dele, a Sra. Cedilma Macedo Silva, sabe de onde vem. “Com um ano, ele começou a rabiscar e em pouco tempo já fazia alguns desenhos que foram se aperfeiçoando com o tempo e a dedicação dele em fazer cada vez melhor. No começo, ele desenhava no chão e até ajoelhado no sofá”, conta a mãe, que vive sozinha com o filho e se mantém com uma pensão por invalidez numa casa muito simples, mas que não falta o mais importante: amor e entusiasmo pela vida.
Além de frequentar as aulas do 7º ano na escola municipal Durmerval Trigueiro Mendes, às tardes, Gleydiandersson ainda tem reforço escolar no contraturno para poder acompanhar a turma e fazer as tarefas. Ele ainda faz acompanhamento psicológico no Centro de Inclusão do Pedro Gondim, onde tem terapia todas as terças-feiras e outras atividades. Tão simples como a vida que ele tem, o sonho deste garoto talentoso deveria ser fácil de ser realizado. Ele quer apenas a oportunidade de frequentar uma escola de artes e poder desenvolver sua técnica e se profissionalizar. Mas, diante das dificuldades que enfrenta esse simples sonho ainda não foi realizado e isso o entristece bastante. “Eu sei de várias coisas que estão dentro de mim, mas não sei como colocar isso para fora e acho que se alguém me ensinasse técnicas, talvez eu conseguisse pintar e desenhar ainda melhor. Às vezes fico triste e ansioso, mas quando começo a desenhar ou pintar esqueço tudo”, diz ele.
O maior sonho de Gleydiandersson é melhorar a vida da mãe, tanto que quando consegue vender um desenho, que cobra apenas R$ 150,00, ele lhe dá logo o dinheiro. “Ela gasta comigo, compra comida e remédios, me sustenta. É justo, mas eu sonho em poder dar uma vida mais alegre a ela”, afirma ele, que enxerga o caminho da arte para concretizar esse desejo. “Tenho fé que alguém vai conhecer a história de meu filho, reconhecer o talento dele e ajudá-lo”, afirma esperançosa a Sra. Cedilma. E quem quiser entrar em contato com a mãe do artista, o telefone dela é (83) 9.8860-0983.
Assessoria