Em entrevista para um blog local, o jornalista deixa claro que não pode esperar apoio de lideranças para viabilizar sua candidatura
Colocado como um dos possíveis candidatos da situação, Adjamilton diz que participou na linha de frente das duas eleições de Zé Aldemir e tem apoiado sua gestão. Mas deixa claro que não pode esperar por apoio dessa ou daquela liderança para trabalhar para ser candidato a prefeito. “Todas as vezes que esperei esse apoio acabei sendo preterido”, enfatiza. Para ele, Cajazeiras sempre se deu bem, quando apostou em projetos de renovação política. Mas o que fazer para Cajazeiras crescer? Adjamilton lembra momentos importantes para a cidade, protagonizados por ex-prefeitos e por Zé Aldemir. “Mas Cajazeiras está precisando agora de um projeto de desenvolvimento mais ousado. Precisa dar dois passos à frente para não ficar para trás em relação a outras cidades da região”, afirma. Ele diz que deseja ser prefeito para dar esse impulso desenvolvimentista ao município.
Confira a entrevista na íntegra:
Por que você quer ser prefeito de Cajazeiras?
– Motivado por experiências em cargos públicos, tenho alimentado, ao longo dos anos, o sonho de administrar Cajazeiras. Não se trata de um sonho por vaidade, mas o desejo de servir ao povo, de ajudar aos que mais precisam, como já fazemos como cidadão que teve a oportunidade de ganhar educação e retribui à sociedade com seu conhecimento. O sonho é de utilizar os instrumentos públicos para fazer Cajazeiras se desenvolver e oferecer mais educação, mais emprego e mais qualidade de vida para todos. Cajazeiras está num momento que precisa dar dois passos à frente em seu desenvolvimento. É preciso mais ousadia de seus gestores e políticos. É preciso algo de maior força impulsionadora. Fico imaginando alguns grandes momentos da história de Cajazeiras. Imagina o momento em que Padre Rolim organizou a primeira feira de Cajazeiras em 1848? Certamente, proporcionou um salto de desenvolvimento, além da escola que já tinha implantado. Imagina o impacto que causou na região o momento em que o prefeito Antônio Rolim construiu o Mercado Público ali do centro, em 1951, que ainda hoje é grande? Imagina a transformação que a cidade experimentou com o prefeito Antônio Quirino de Moura, na década de 1970, abrindo as principais ruas do centro, que eram estreitinhas, e também a rua que hoje vai dar no Estádio Perpetão? Imagina o salto de desenvolvimento que a cidade experimentou com o prefeito Chico Rolim desapropriando uma extensa área de terra para implantação da Universidade Federal da Paraíba? Lembro Zerinho, feito um lunático, abrindo a Estada do Amor e essa avenida para o antigo CAIC? Foram iniciativas que impulsionaram o crescimento para a Zona Norte. Imagina o impulso que as novas faculdades deram ao desenvolvimento de Cajazeiras com o apoio e estímulos do então prefeito Carlos Antônio? Vituriano nos fez acreditar que é possível uma nova Cajazeiras, quando investiu no turismo de eventos e nas agrovilas rurais. Alguém vai perguntar: e o prefeito Epitácio Leite e Zé Aldemir? Epitácio cuidou dos bairros com calçamento e das pessoas mais pobres com assistência social e é exemplo no zelo com o dinheiro público. Zé Aldemir tem boas ações na saúde, a exemplo do CDI e tem um projeto arrojado que é de levar água encanada e tratada para a zona rural, aproveitando o potencial da transposição. São ações importantes e necessárias para a cidade. Mas Cajazeiras está precisando agora de um projeto de desenvolvimento mais ousado. Precisa dar dois passos à frente para não ficar para trás em relação a outras cidades da região. Desejo ser prefeito para dar esse impulso desenvolvimentista à Cajazeiras.
Sendo prefeito, quais seriam os principais focos de sua administração?
– Cajazeiras precisa avançar na área de tecnologia, gerando um ambiente de criação e de negócios sintonizado com o mundo. Precisa ampliar ainda mais seu parque de ensino superior, se consolidando como o maior polo de cursos universitários no interior do Brasil. Cajazeiras precisa aproveitar o fato de ser sede de dois cursos de medicina, dois cursos de enfermagem, curso de farmácia, Biomedicina, entre outros nessa área, para se transformar num grande polo regional de saúde, assim como Barbalha é, aqui no Ceará. O município precisa ampliar seus equipamentos e serviços, mas é possível um grande pacto regional para melhorar a saúde como um todo. Cajazeiras precisa oferecer roteiros e negócios turísticos atraentes porque corre o risco de ficar isolada entre a Paraíba e o Ceará. O governador João Azevedo anunciou um equipamento importante, que é o Museu da Transposição, mas vai ser preciso outros equipamentos que possam oferecer um roteiro atraente. É preciso usar a atual força política da cidade, com três deputados, para, junto ao governador, atrair investimentos que possam gerar emprego. Existem boas ideias nessa área. Tudo isso sem deixar de cuidar dos bairros e da zona rural, com mais calçamento, mais creches e programas sociais complementares e um olhar mais cuidadoso para a educação, para que os índices de avaliação possam melhorar, além de implantar o ensino integral em todas as escolas da rede municipal e dar o destaque necessário que a nossa cultura precisa.
Para você, qual o principal problema de Cajazeiras?
– Cajazeiras se ressente hoje da falta de bons projetos de desenvolvimento, geradores de emprego e renda e de programas sociais que possam ajudar os mais pobres.
Como fazer para que Cajazeiras tenha um crescimento permanente e acentuado e deixe de ser conhecida, pejorativamente, de cidade do “já teve”?
– Cajazeiras precisa de um plano estratégico de desenvolvimento, pensado para o imediato, mas também para o médio e longo prazo. Um plano que seja construído com toda sociedade, mas tecnicamente inserido nas tendências de desenvolvimento do Brasil e do mundo. Precisa também desenvolver um sentimento maior de amor e de unidade para cidade.
Como atrair investimentos privados para que o município não fique tão refém de verbas federais e estaduais?
– O poder público precisa oferecer perspectivas de bons negócios à iniciativa privada. Se Cajazeiras se transformar num polo de tecnologia, polo regional de saúde, consolidar e ampliar seu polo de educação superior e se inserir nos roteiros turísticos regionais, com certeza, vai atrair investimentos privados. Mas o novo prefeito precisa também convocar a grande força política de Cajazeiras, representada pelos deputados Chico Mendes, Junior Araújo e Dra. Paula, para convencer o governador não apenas a continuar investindo na infraestrutura da cidade, como vem fazendo, mas fazer com que a Superintendência de Industrialização articule a implantação de grandes empresas de serviços e indústrias em Cajazeiras. É possível também articulações com a iniciativa privada local. Agora mesmo, por exemplo, o governo está ajudando a associação do setor de confecções de João Pessoa a implantar um centro de fabricação e comercialização ao lado de um grande shopping na Capital. Por que não fazer o mesmo em Cajazeiras?
Cajazeiras ficou conhecida no estado, também, pelos eventos públicos, como Carnaval e Xamegão. Como fortalecer esses eventos e atrair turistas em épocas festivas sem prejudicar as finanças do município?
– Já existem muitas experiências que aliviam os cofres públicos na realização de grandes eventos. A experiência de Bananeiras, que não é uma cidade como Campina Grande, com larga tradição em grandes festas, deve ser estudada pelo futuro prefeito de Cajazeiras. Penso que cidade precisa continuar fazendo um grande carnaval, mas precisa recuperar o seu Xamegão, dando-lhe a dimensão e a grandeza que ele já teve.
Você é pré-candidato pela situação, junto com outros nomes que postulam a mesma indicação. Qual o diferencial de sua candidatura em relação aos demais concorrentes da situação?
– Minha ideia e pretensão é construir uma ampla frente política de unidade em favor de Cajazeiras, para salvar Cajazeiras de um desastre no futuro próximo. Cajazeiras não pode desperdiçar suas forças políticas com brigas paroquiais. Cajazeiras tem três deputados estaduais. Individualmente, todos têm sua força. Todavia, Cajazeiras precisa da força de todos juntos para se desenvolver. Precisa levar em consideração todas as forças políticas. O PT e o deputado Jeová Campos, por exemplo, precisam ser considerados. Afinal, Lula recebeu cerca de 70% dos votos da cidade. O PT é um elo importante. Uma coisa são as eleições passadas, que já viraram história. Outra coisa é o futuro da cidade, que estou me propondo a discutir e a construir, propondo a formação de uma frente ampla para melhorar a vida de todos. Nunca participei de nenhuma reunião ou recebi qualquer indicação de que seria candidato da situação. Participei sim, na linha de frente, das duas eleições de Zé Aldemir e tenho apoiado sua gestão, mas não posso esperar por apoio dessa ou daquela liderança para trabalhar para ser candidato a prefeito. Todas as vezes que esperei esse apoio acabei sendo preterido. Agora mesmo a imprensa tem dado outros nomes como possíveis candidatos do prefeito. Vou defender minhas ideias e propostas na hora certa. Se um contingente respeitável da sociedade quiser, serei candidato.
Caso não seja escolhido pelo grupo político do prefeito, você pensa em manter a candidatura, em apoiar o nome escolhido do grupo ou em se aliar com outros grupos políticos da cidade?
– No momento, só penso em apresentar minhas ideias e defender a possibilidade de ser candidato a prefeito.
Você já ocupou várias funções públicas ao longo de sua trajetória. Em que medida isso pode ajudar numa possível administração sua, caso venha a ser prefeito?
– Acho esse ponto importante para o debate. Tenho experiências em cargos públicos e isso pode ajudar muito como prefeito. Fui Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Saúde e sei como funciona o governo do Estado. Fui Chefe de Gabinete do deputado federal Zuca Moreira e conheço como as coisas funcionam em Brasília, especialmente na Câmara Federal e na tramitação de projetos em Ministérios. No município, já fui Chefe de Gabinete, Secretário de Comunicação, secretario de articulação política, Secretário de Saúde e Procurador. Não conheço apenas um setor. Tenho conhecimento da gestão como um todo. Mais do que isso, porém, é que sinto-me vocacionado para o serviço público, gosto de ajudar as pessoas. Sinto-me preparado para ser prefeito de Cajazeiras sim.
O fato de nunca ter sido prefeito, pode ajudar ou atrapalhar em sua pretensão?
– Cajazeiras sempre se deu bem quando apostou em projetos de renovação. O novo sempre traz uma carga maior de ambição para acertar e de disposição para trabalhar. Tenho experiência, muitas ideias e uma energia enorme para trabalhar por Cajazeiras.
Quem é Adjamilton Pereira - Adjamilton Pereira é cajazeirense, advogado militante, foi secretário da seccional da OAB/Cajazeiras e juiz do Juizado Especial de Pequenas Causas, da Comarca de Cajazeiras. É jornalista, tendo atuado nos principais jornais impressos do Estado – Correio da Paraíba, O Norte e Jornal da Paraíba. Como radialista já atuou na Difusora Rádio Cajazeiras (onde foi âncora do Programa Boca Quente por quase seis anos), com passagem pela Rádio Alto Piranhas e atualmente faz parte dos quadros da Mais FM. Tem larga experiência no serviço público – Chefe de Gabinete da Secretaria de Saúde do Estado, Chefe de Gabinete na Câmara Federal, na Prefeitura de Cajazeiras foi secretário de Comunicação, Chefe de Gabinete, secretário de Articulação Política, Procurador Geral e Secretário de Saúde, além de assessor jurídico da Câmara Municipal de Cachoeira dos Índios.
Por FonteCZ