O Centro de Vigilância
Ambiental e Zoonoses (CVAZ) de João Pessoa está participando de uma pesquisa em
parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) para o controle da leishmaniose em humanos e cães. Para desenvolver
o estudo, o CVAZ vai contribuir na identificação das áreas com maior presença
do mosquito palha, transmissor da doença também conhecida como calazar.
De acordo com o projeto,
durante dois anos serão monitoradas as populações desses mosquitos em casas da
Capital para identificar como eles estão distribuídos pela cidade. Além disso,
a pesquisa busca verificar em quais períodos do ano há maior quantidade do
vetor e quais são as características físicas das áreas endêmicas.
A bióloga e pesquisadora
Bruna Queiroz explica que o estudo será um importante instrumento para
controlar a disseminação da leishmaniose em João Pessoa, como também em outros
municípios. “Atualmente, caso o cão esteja infectado por calazar, ele precisa
ser eutanasiado. Com o conhecimento sobre a distribuição e o comportamento do
mosquito, será possível tomar medidas para evitar a contaminação dos cães e
seres humanos pelo protozoário causador”, afirmou.
Segundo o gerente de
Vigilância Ambiental e Zoonoses de João Pessoa, Nilton Guedes, o estudo deverá
propiciar a elaboração de novos métodos e estratégias de combate ao mosquito
palha. “Teremos oportunidade de direcionar melhor nosso trabalho educativo e
realizar as ações de combate ao vetor nos momentos mais oportunos, devido à
sazonalidade do mosquito”, observou.
A pesquisa está sendo
desenvolvida pelo Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em
Díptera e Hemíptera da Fiocruz e o Laboratório de Mamíferos da UFPB. “Após o
estudo, poderemos evitar que cães sejam sacrificados e que pessoas sejam
acometidas pela doença”, concluiu a pesquisadora.
Casos – Dados da Vigilância
Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram que casos de
leishmaniose em humanos estão controlados em João Pessoa. Este ano, foram
notificados cinco casos da doença e apenas um foi confirmado até o
momento. No ano passado, foram
registradas 12 notificações, sendo seis casos confirmados. Nos últimos dez
anos, o ano com o maior número de notificações foi 2012, com 11 casos
confirmados.
Leishmaniose – A transmissão
da leishmaniose visceral acontece quando fêmeas de insetos flebotomíneos
infectados, conhecidos como mosquito palha, picam cães ou outros animais
contaminados e depois picam o homem, levando
o protozoário para a corrente sanguínea humana.
No homem, a doença tem sua
evolução longa, podendo durar alguns meses ultrapassar o período de um ano.
Provoca febre irregular e prolongada, anemia, indisposição, palidez da pele ou
das mucosas, falta de apetite, perda de peso e inchaço do abdômen, devido ao
aumento do fígado e do baço.
Serviço – A Rede Municipal
de Saúde fornece exame para os animais de forma gratuita através do CVAZ. A
população pode levar o animal na unidade para a coleta do sangue e o resultado
e entregue em aproximadamente 30 minutos. Como se trata de uma doença de risco
à saúde pública, é realizado também o controle por meio de demanda ativa nas
áreas que tenham a presença do flebótomo, inseto transmissor da doença.
O serviço está localizado na
Rua Walfredo Macedo Brandão, nº 100, no bairro dos Bancários e funciona de
segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A população também pode entrar em contato
por meio dos telefones: 3218-9357 ou 3214-3459.