A ex-senadora Marina
Silva, que está de malas prontas para deixar o PSB assim que a sua legenda, a
Rede Sustentabilidade for criada, quer manter a aproximação com a legenda
socialista, o que incluiu um leque de alianças em diversos municípios
brasileiros. O assunto, bem como os impactos da fusão do PSB com o PPS que está
em curso, fizeram parte da pauta do encontro entre Marina e o governador de
Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, realizado nesta
terça-feira (26), no Recife. Sobre a possibilidade de voltar a disputar a Presidência
da República em 2016, ela se mostrou disposta a abrir mão em torno de um outro
nome ou mesmo de uma aliança forte. "Não tenho cadeira cativa de
candidata", afirmou.
Apesar de afirmar que a
Rede Sustentabilidade, que está finalizando o processo de coleta de assinaturas
para então solicitar o registro da sua criação junto à Justiça Eleitoral, não
ter delimitado metas ou projetos para as eleições municipais do próximo ano,
Marina disse que a aliança com o PSB é uma prioridade para a nova legenda. "Mantemos
diálogo, mantemos contato, e o PSB é o partido que os acolheu. A Rede tem todo
o respeito pelo debate que ele está fazendo e queremos aprofundar cada vez mais
os compromissos programáticos que fomos capazes de estabelecer", disse a
ex-senadora.
"Sabemos que terão
algumas capitais que até poderemos ter uma candidatura, em outras poderemos
apoiar candidaturas que são compatíveis com nosso programa. Nossas alianças
serão sempre alianças programáticas. Não vamos fazer questão de crescer por
crescer. Nós queremos que a Rede tenha um crescimento com qualidade",
disse.
Segundo ela, este
crescimento não implica necessariamente no fato dela já estar buscando uma
articulação visando as eleições presidenciais de 2018. "Essa discussão no
momento não está posta. Eu não estou na cadeira cativa de candidata. Eu não
fico nesse lugar. Eu quero poder discutir o que é melhor para o Brasil. Nesse
momento eu estou imbuída de contribuir para o que a gente tem de melhor para
melhorar a qualidade da política e da representação, e que a Rede é uma das
ferramentas, com certeza não será a única. Temos que ter a humildade de
reconhecer que esse é um momento muito grave, de profunda crise política,
econômica, social e principalmente de valor", justificou.
Para o governador Paulo Câmara,
"Marina tem uma visão crítica do País com relação ao que está sendo feito
e nós concordamos em muitos aspectos. Nós acreditamos que o Brasil precisa
reagir rapidamente e buscar garantir investimentos e diminuir o crescimento do
desemprego, que está crescendo muito rápido. Pernambuco tem sido o Estado mais
afetado com a desmobilização de obras federais, principalmente no entorno de
Suape", disse.
Ele também buscou
minimizar a possibilidade de uma aliança entre o PSB e a Rede "Essa é uma
discussão mais a frente. Aqui em Pernambuco, a gente está muito alinhado com a
Rede Sustentabilidade. As pessoas que pensam, muitas estão participando do
nosso governo. A gente espera mais para a frente, estarmos todos juntos em 16,
nas discussões das eleições municipais", observou.
Brasil247 - Pernambuco