quarta-feira, 27 de maio de 2015

Prestes a criar a Rede Sustentabilidade, Marina busca aliança com o PSB

A ex-senadora Marina Silva, que está de malas prontas para deixar o PSB assim que a sua legenda, a Rede Sustentabilidade for criada, quer manter a aproximação com a legenda socialista, o que incluiu um leque de alianças em diversos municípios brasileiros. O assunto, bem como os impactos da fusão do PSB com o PPS que está em curso, fizeram parte da pauta do encontro entre Marina e o governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, realizado nesta terça-feira (26), no Recife. Sobre a possibilidade de voltar a disputar a Presidência da República em 2016, ela se mostrou disposta a abrir mão em torno de um outro nome ou mesmo de uma aliança forte. "Não tenho cadeira cativa de candidata", afirmou.

Apesar de afirmar que a Rede Sustentabilidade, que está finalizando o processo de coleta de assinaturas para então solicitar o registro da sua criação junto à Justiça Eleitoral, não ter delimitado metas ou projetos para as eleições municipais do próximo ano, Marina disse que a aliança com o PSB é uma prioridade para a nova legenda. "Mantemos diálogo, mantemos contato, e o PSB é o partido que os acolheu. A Rede tem todo o respeito pelo debate que ele está fazendo e queremos aprofundar cada vez mais os compromissos programáticos que fomos capazes de estabelecer", disse a ex-senadora.

"Sabemos que terão algumas capitais que até poderemos ter uma candidatura, em outras poderemos apoiar candidaturas que são compatíveis com nosso programa. Nossas alianças serão sempre alianças programáticas. Não vamos fazer questão de crescer por crescer. Nós queremos que a Rede tenha um crescimento com qualidade", disse.

Segundo ela, este crescimento não implica necessariamente no fato dela já estar buscando uma articulação visando as eleições presidenciais de 2018. "Essa discussão no momento não está posta. Eu não estou na cadeira cativa de candidata. Eu não fico nesse lugar. Eu quero poder discutir o que é melhor para o Brasil. Nesse momento eu estou imbuída de contribuir para o que a gente tem de melhor para melhorar a qualidade da política e da representação, e que a Rede é uma das ferramentas, com certeza não será a única. Temos que ter a humildade de reconhecer que esse é um momento muito grave, de profunda crise política, econômica, social e principalmente de valor", justificou.

Para o governador Paulo Câmara, "Marina tem uma visão crítica do País com relação ao que está sendo feito e nós concordamos em muitos aspectos. Nós acreditamos que o Brasil precisa reagir rapidamente e buscar garantir investimentos e diminuir o crescimento do desemprego, que está crescendo muito rápido. Pernambuco tem sido o Estado mais afetado com a desmobilização de obras federais, principalmente no entorno de Suape", disse.

Ele também buscou minimizar a possibilidade de uma aliança entre o PSB e a Rede "Essa é uma discussão mais a frente. Aqui em Pernambuco, a gente está muito alinhado com a Rede Sustentabilidade. As pessoas que pensam, muitas estão participando do nosso governo. A gente espera mais para a frente, estarmos todos juntos em 16, nas discussões das eleições municipais", observou.



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