segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Órgão da ONU diz que ondas de calor serão mais intensas na PB e podem agravar seca


As ondas de calor no Sertão paraibano deverão se tornar mais intensas nas próximas décadas, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão estabelecido pela ONU. A Paraíba tem 170 cidades com situação de emergência reconhecida pelo Estado e pelo governo federal.

A presidente do painel, Rajandra Kumar Pachauri, declarou que é alta a probabilidade de aumento na duração, frequência e intensidade das ondas de calor nas Américas Central e do Sul, em especial em regiões que já sofrem com a estiagem, como o Sertão da Paraíba. 

“A variabilidade climática e os eventos extremos estão afetando grandes setores da população e os mais carentes e vulneráveis sofrem mais", disse a pesquisadora. A alteração pode impactar na economia, acessibilidade alimentar e políticas de redução da pobreza.

Uma das formas para se reduzir o drama das pessoas que sofrem com a estiagem tem sido a utilização de cisternas de polietileno. A Paraíba já recebeu cinco mil reservatórios desse tipo, o que garante água para 32 mil moradores interior do estado. 

As cisternas têm capacidade de armazenar 16 mil litros, o suficiente para abastecer uma família de quatro a cinco pessoas até nove meses de estiagem, considerando o consumo básico de beber, cozinhar e fazer higiene de crianças. 

A cidade de Areial, distante 168 km de João Pessoa, foi um dos dez municípios beneficiados com as cisternas de polietileno. No conjunto Severino Donato, o casal Marisete Isidório da Silva, 40, e seu Aluísio Ferreira da Silva, 49, tem dois filhos e sentia na pele a necessidade por água. “A gente andava pelas estradas pra conseguir água pra beber. Era muito sofrimento. Agora graças a Deus nós temos essa cisterna pra juntar água da chuva e ficar tranquilo com a seca que vier”, contou o chefe de família. 

De acordo com a Acqualimp, uma das fornecedoras das cisternas de polietileno no país, o material utilizado na fabricação dos equipamentos é adequado à região. “A resina de polietileno somente pode fundir a uma temperatura de 147º C, sendo que na região a temperatura máxima pode oscilar em torno de 50 º C em períodos de clima mais severo. As características do material utilizado na fabricação desmistificam a informação incorreta de que os reservatórios derretem no calor do sertão”, explicou Amauri Ramos, diretor da companhia. 

A Acqualimp disponibiliza uma linha gratuita para atender aos beneficiados. Eles podem contatar a companhia em caso de dúvidas e até pedir a troca do reservatório, que tem cinco anos de garantia para defeitos de fabricação, quando necessário. O telefone 0800-081-6060 está disponível de 2ª a 6ª das 8h às 17h.


Correio da Paraíba