Palavras são apenas palavras e obviamente na geral elas são ditas para explicar, justificar ou determinar algo. Quando saem
de mentes abalizadas, vivenciadas com fatos verazes que se quer definir
sobre a genialidade de um atleta, tem o poder de estrepitar as
maravilhas que esse mesmo fez em vida. No caso de Perpetúo Correia Lima –
“Péto” (como bem dizia o apaixonado pelo futebol cajazeirense Zé de
Sousa), elas saem do coração de quem se emocionou um dia com suas
emblemáticas jogadas e finalizações. Seria como uma poesia que brota do
íntimo de um poeta; um alumbramento de sentimentos, alegrias e
saudosismo.
Que não viu “Péto” jogar, é como se
viesse a esse mundo e desconhecesse a alegria de viver. Ou enxergasse a
luz e não o seu brilho. Nas palavras de Reudesman Lopes, “Péto” é
contemplado assim: “Pouco vai se apagando o brilho desses olhos que
foram vivos e faiscavam como as estrelas. Você foi uma espécie de gênio
arrastado da terra, suas feições e gestos serão sempre inconfundíveis e
já se perpetuaram na memória daqueles que te conheceram, justo, pelo
afeto e admiração que tanto dedicavas a todos os teus amigos e
familiares. Ontem à noite vi no firmamento pontilhado de estrelas que se
apagavam pouco a pouco a luz dos teus olhos”. E finaliza o seu
sentimento verbal sobre o ídolo máximo do nosso futebol, com direção
certa: “tu nunca morrerás para nós, és um rochedo para teus amigos e
amor para teus familiares, eternamente”.
Já João Marcelino Mariz afirma que:
“Perpétuo foi o maior jogador da biografia futebolística de Cajazeiras.
Para alguns, foi o melhor atleta de futebol da Paraíba de todos os
tempos. Do sertão, afirmam, é certeza. Comentam que jogava com maestria.
Passes perfeitos. Exímio cobrador de faltas. Artilheiro nato. Enfim,
cerebral. Foi o guia do Santos de Cajazeiras, e também dos clubes por
onde passou”.
Para Eduardo Pereira Filho, que da
geral do Estádio Higino Pires Ferreira, me parece, foi testemunha ocular
das jogadas geniais do atleta; Perpetúo era preciso nos passos, um
articulador e um demolidor de área adversária. “Até parecia que Perpétuo
tinha uma trena imaginária em seu cérebro que media a distância exata
do percurso da bola até aos pés de seus companheiros. Era só Biu
arremessar pra grande área e já vinha de frente Fuba, ou Blu, e dá uma
cacetada de cabeça na bola para morrer dentro das redes. Essa é uma
jogada clássica, é verdade, mas é preciso saber a hora do bote, é
preciso ter a exatidão da bola esticada, e isso não era e não é pra
qualquer um”. Finaliza: “A vibração demorada da torcida deixava claro
para mim de que não se tratava apenas de uma pintura de Péto, e sim o
seu complemento final”.
Para os desportistas cajazeirenses
Perpetúo Correia Lima, em vida, foi nosso maior embaixador no que se
refere à arte de jogar futebol, de criar jogadas geniais. Era um
apaixonado por Cajazeiras. Certa vez o empresário Deuzimar Cavalcante,
do ramo automobilístico em viagem a negócios a São Paulo foi até o
Parque Antarctica – sede do Palmeiras, possibilitar a ida de “Péto” para
aquela agremiação esportiva. No encontro com os dirigentes do “verdão”,
ficou acertada a sua transferência para a equipe paulista. Porém nosso
intrépido craque não aceitou sua ida a cidade da garoa, alegando que
amava sua terra e não concordava em sair, tanto era o amor a sua gente e
por sua terra. Mesmo apegado a Cajazeiras, “Péto” ainda jogou River/PI,
Quixadá/CE e em outros times do Juazeiro do Norte. Faleceu no ano de
1978, aos 39 anos de idade, deixando saudades a todos de sua rápida
passagem pelo futebol cajazeirense.
Fontes:
- REUDESMAM LOPES é Comentarista Esportaivo da Rádio Alto Piranhas, Colunista Esportivo do Jornal Gazeta do Alto Piranhas e Professor de Educação Física da UFCG-Cajazeiras.
- EDUARDO PEREIRA FILHO é Radialista cajazeirense radicado em Brasília e autor do Blog AC2Brasilia.
- JOÃO MARCELINO MARIZ é Advogado membro da API/Sousa e colaborador do Site: sertaoinformado.com.br