Para Jeová, a ALPB e outras instituições democráticas precisam enfrentar esse debate. “Aonde o atual presidente quer chegar? Eu nunca vi falar que uma pessoa governasse numa democracia o tempo todo criando crises institucionais. Como pode um presidente poder dialogar com o mundo defendendo a tortura, o AI-5 e afrontando os poderes constituídos?”, questionou o parlamentar.
Na opinião do deputado paraibano, a concessão deste indulto individual, provoca um caos e um descontrole institucional no país. “Neste caso, o Sr. Daniel Silveira foi julgado pelo STF por ser deputado federal e ter foro privilegiado, tinha que ser neste fórum. Na Democracia não cabe um poder deslegitimar as instituições. Esse indulto de ‘Graça’ é uma afronta ao Estado Democrático, ao Poder Judiciário que em qualquer país do mundo tem um papel a cumprir que é o de administrar os conflitos e esse conflito criado por Daniel Silveira é um conflito que não pode ficar impune e sem reparação”, afirmou Jeová, lembrando que dos onze ministros, dez votaram a favor da punição, com exceção de um ministro que foi nomeado recentemente por Bolsonaro.
“A administração pública precisa ser regida pelo princípio da moralidade e impessoalidade. Um poder não pode querer transformar outro num poder servil. Não é possível isso. Anistiar um criminoso, que praticou um crime contra as instituições da República, que a todo tempo defende intervenção militar, violência, é inaceitável”, reiterou Jeová.
Retrospectiva
O deputado federal Daniel Silveira foi condenado, por 10 votos a 1, ou seja, por quase unanimidade do STF, a oito anos e nove meses de prisão, multa, perda do mandato e suspensão dos seus direitos políticos pelos crimes de coação em processo judicial e tentativa de impedir o livre exercício dos poderes da União. O indulto dado pelo presidente o livra da prisão e da multa, mas não da perda do mandato. “O que Bolsonaro fez, na realidade, foi tentar proteger um aliado, provocar tumulto e afrontar o Supremo em mais uma tentativa de enfraquecer a democracia e desmoralizar os poderes constituídos e a ALPB e outros poderes não podem ficar omissos diante deste absurdo”, finalizou Jeová.
Assessoria