A greve
dos Correios começou às 22h da última terça-feira (19) e atinge 20 estados e o
Distrito Federal, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
A
paralisação envolve os trabalhadores dos sindicatos de Alagoas, Amapá,
Amazonas, Bahia, Brasília (DF), Campinas (SP), Ceará, Espírito Santo, Goiás,
Juiz de Fora (MG), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Ribeirão Preto (SP), Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul, Santa Maria (RS), Santos (SP), São José do Rio Preto (SP),
Sergipe, Santa Catarina, Uberaba (MG) e Vale do Paraíba (SP).
Dos
31 sindicatos ligados à Fentect, somente três ainda não realizaram assembleia:
Acre, Rondônia e Roraima.
As
agências franqueadas não estão participando da greve.
Segundo
a federação, foram mais de 50 dias de negociação, sem sucesso. Entre os motivos
da greve estão o fechamento de agências por todo o país, pressão para adesão ao
plano de demissão voluntária, ameaça de demissão motivada com alegação da
crise, ameaça de privatização, corte de investimentos em todo o país, falta de
concurso público, além de mudanças no plano de saúde e suspensão das férias
para todos os trabalhadores, exceto para aqueles que já estão com férias
vencidas.
Crise
nos Correios
Os
Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e
melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta.
Nos
últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam,
aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de
pessoal.
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e
pretendia atingir a meta de 10 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao
programa.
Os
Correios planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma
série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de
pagamentos. Segundo os Correios, o fechamento dessas agências acontecerá
sobretudo nos grandes centros urbanos.
No
dia 20 de abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a
demissão de servidores concursados vinha sendo estudada. Segundo ele, os
Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de
pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser
demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.
G1