Momento
também marcou reabertura do parlatório da ALPB, na manhã da última sexta-feira
(17).
A
citação constitucional de 1988, em seu Artigo 1º, Parágrafo Único, ‘todo poder
emana do povo...’ pôde ser entendida, ao pé da letra, na manhã de sexta-feira (17), através da mobilização de trabalhadores rurais,
sindicalistas, profissionais liberais, comerciantes e representantes de
movimentos sociais que caminharam pelas principais ruas do Centro de João
Pessoa e depois lotaram a Praça dos Três Poderes, para protestar contra a PEC
287 que tramita no Congresso Nacional propondo mudanças na Previdência Social.
A mobilização culminou com a realização de uma audiência pública sobre a
reforma previdenciária, que foi convocada conjuntamente pelos deputados Jeová
Campos e Estela Bezerra, ambos do PSB, com apoio da Federação dos Trabalhadores
na Agricultura da Paraíba (FETAG). A iniciativa também marcou a reabertura do
Parlatório da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Cerca de cinco mil
pessoas participaram da manifestação que começou por volta das 9h e terminou
próximo das 13h.
Antes
da audiência, os trabalhadores se reuniram na sede da FETAG, em Jaguaribe, de
onde seguiram em direção a ALPB, em caminhada. Gritando palavras de ordem “Não
ao retrocesso, a previdência é nossa”, “Não a PEC 287”, “A previdência é nossa,
ninguém tira da roça” e portando cartazes com críticas às mudanças propostas no
Projeto, bandeiras e ainda uma imensa faixa com as fotos de todos os
integrantes da bancada federal paraibana que irão apreciar e votar o texto,
onde se destacava a pergunta “Os senhores vão votar contra os direitos dos
trabalhadores”, os participantes da caminhada, junto com o deputado Jeová
Campos, percorreram cerca de dois quilômetros tendo ao longo do trajeto
manifestação de apoio à causa, através de acenos e buzinas de veículos e motos.
Ao
chegar à frente da ALPB, a multidão se concentrou nas proximidades do
parlatório que foi, oficialmente, reaberto com uma fala do presidente da Casa,
deputado Gervásio Maia. “Esse espaço é do povo e por ele será utilizado”, disse
Gervasinho que enalteceu a importância da democracia e do fortalecimento das
instituições, além da necessidade de se fazer mudanças no texto da PEC 287. A
deputada Estela Bezerra falou e seguida, reforçando as críticas ao texto e
elencando as perdas dos trabalhadores caso ela seja aprovada como está.
Para o deputado, a única forma de reverter
essa situação é a mobilização popular. “Nenhum político que queira continuar
exercendo mandato pode virar as costas para o povo e aprovar essa barbaridade
de usurpação de direitos que estabelece essa PEC que rasga a constituição de
1988. Quem o fizer, vai pagar um preço muito alto”, disse o deputado, sendo
bastante aplaudido. Na ocasião, Jeová também se lembrou da iniciativa da ALPB
de encaminhar aos deputados federais e senadores da Paraíba um requerimento com
propostas de alteração no texto da PEC. “Elencamos nesse documento cinco
proposituras que possibilitam o ajuste fiscal, sem penalizar os trabalhadores
Esperamos que os nossos congressistas não desprezem o documento e o aceno desta
Casa”, destacou Jeová.
O
presidente da FETAG, Liberalino Ferreira, denominou a PEC 287 de ‘PEC da Morte’
e disse que os trabalhadores estão mobilizados em todo o país para lutar contra
a aprovação da matéria. “Essa PEC imputará ao trabalhador rural percas de direitos,
como a aposentadoria especial, aumentará o tempo para se aposentar, entre
outros absurdos. Vamos lutar, acampar em Brasília, pressionar os nossos
representantes para não votarem a favor”, disse ele.
Outros
deputados, além de representantes sindicais se revezaram no parlatório para
criticar a PEC 287 até por volta das 13h. “Foi uma manifestação pacífica e
bonita que mostra que quando o povo se une em prol de uma causa justa a
democracia se fortalece e a cidadania aflora. Ficou evidente aqui que cresce e
toma corpo esse movimento contra a PEC e eu fico muito feliz de ver essa
resistência aflorar na Paraíba, e de meu mandato poder contribuir com mais essa
luta”, finalizou Jeová.
Assessoria