sábado, 18 de fevereiro de 2017

Protesto contra a PEC 287 reúne cerca de cinco mil trabalhadores durante audiência pública em frente à ALPB

Momento também marcou reabertura do parlatório da ALPB, na manhã da última sexta-feira (17).

A citação constitucional de 1988, em seu Artigo 1º, Parágrafo Único, ‘todo poder emana do povo...’ pôde ser entendida, ao pé da letra, na manhã de sexta-feira (17), através da mobilização de trabalhadores rurais, sindicalistas, profissionais liberais, comerciantes e representantes de movimentos sociais que caminharam pelas principais ruas do Centro de João Pessoa e depois lotaram a Praça dos Três Poderes, para protestar contra a PEC 287 que tramita no Congresso Nacional propondo mudanças na Previdência Social. A mobilização culminou com a realização de uma audiência pública sobre a reforma previdenciária, que foi convocada conjuntamente pelos deputados Jeová Campos e Estela Bezerra, ambos do PSB, com apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba (FETAG). A iniciativa também marcou a reabertura do Parlatório da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Cerca de cinco mil pessoas participaram da manifestação que começou por volta das 9h e terminou próximo das 13h.

Antes da audiência, os trabalhadores se reuniram na sede da FETAG, em Jaguaribe, de onde seguiram em direção a ALPB, em caminhada. Gritando palavras de ordem “Não ao retrocesso, a previdência é nossa”, “Não a PEC 287”, “A previdência é nossa, ninguém tira da roça” e portando cartazes com críticas às mudanças propostas no Projeto, bandeiras e ainda uma imensa faixa com as fotos de todos os integrantes da bancada federal paraibana que irão apreciar e votar o texto, onde se destacava a pergunta “Os senhores vão votar contra os direitos dos trabalhadores”, os participantes da caminhada, junto com o deputado Jeová Campos, percorreram cerca de dois quilômetros tendo ao longo do trajeto manifestação de apoio à causa, através de acenos e buzinas de veículos e motos.

Ao chegar à frente da ALPB, a multidão se concentrou nas proximidades do parlatório que foi, oficialmente, reaberto com uma fala do presidente da Casa, deputado Gervásio Maia. “Esse espaço é do povo e por ele será utilizado”, disse Gervasinho que enalteceu a importância da democracia e do fortalecimento das instituições, além da necessidade de se fazer mudanças no texto da PEC 287. A deputada Estela Bezerra falou e seguida, reforçando as críticas ao texto e elencando as perdas dos trabalhadores caso ela seja aprovada como está.

O deputado Jeová Campos, o único político que participou da caminhada com os trabalhadores e que usou, como ele mesmo disse, o chapéu de palha em homenagem às suas origens sertanejas e camponesas, fez um longo e duro discurso contra a PEC 287. “Não sou contra a reforma da previdência, mas, me posiciono terminantemente contrário ao texto que está sendo proposto pelo governo Temer que se traduz numa imensa covardia com os trabalhadores brasileiros, principalmente, os trabalhadores rurais que vão amargar prejuízos irreparáveis”, disse Jeová.

Para o deputado, a única forma de reverter essa situação é a mobilização popular. “Nenhum político que queira continuar exercendo mandato pode virar as costas para o povo e aprovar essa barbaridade de usurpação de direitos que estabelece essa PEC que rasga a constituição de 1988. Quem o fizer, vai pagar um preço muito alto”, disse o deputado, sendo bastante aplaudido. Na ocasião, Jeová também se lembrou da iniciativa da ALPB de encaminhar aos deputados federais e senadores da Paraíba um requerimento com propostas de alteração no texto da PEC. “Elencamos nesse documento cinco proposituras que possibilitam o ajuste fiscal, sem penalizar os trabalhadores Esperamos que os nossos congressistas não desprezem o documento e o aceno desta Casa”, destacou Jeová.

O presidente da FETAG, Liberalino Ferreira, denominou a PEC 287 de ‘PEC da Morte’ e disse que os trabalhadores estão mobilizados em todo o país para lutar contra a aprovação da matéria. “Essa PEC imputará ao trabalhador rural percas de direitos, como a aposentadoria especial, aumentará o tempo para se aposentar, entre outros absurdos. Vamos lutar, acampar em Brasília, pressionar os nossos representantes para não votarem a favor”, disse ele.

Outros deputados, além de representantes sindicais se revezaram no parlatório para criticar a PEC 287 até por volta das 13h. “Foi uma manifestação pacífica e bonita que mostra que quando o povo se une em prol de uma causa justa a democracia se fortalece e a cidadania aflora. Ficou evidente aqui que cresce e toma corpo esse movimento contra a PEC e eu fico muito feliz de ver essa resistência aflorar na Paraíba, e de meu mandato poder contribuir com mais essa luta”, finalizou Jeová.

Assessoria