“Quando
construíram o parlatório desta Casa, há décadas atrás, era para o povo dizer o
que sente e eu fico muito feliz de saber que a audiência pública sobre a
reforma da previdência, que será realizada nesta sexta-feira (17), a partir das
9h, sirva também para restituir o parlatório da ALPB, esse espaço democrático
onde o povo pode falar, fazer a defesa do que pensa, do que reclama e do que
reivindica”, destacou o deputado estadual Jeová Campos, durante sua fala na
sessão da terça-feira (14).
O
parlamentar aproveitou para parabenizar o presidente da Casa, deputado Gervásio
Maia, pela iniciativa. “Quantas vezes eu não vi aqui os trabalhadores, em praça
pública, sem ter um espaço adequado para se pronunciar. Então eu espero que a
reintrodução desta prática possa, de fato, trazer para a praça pública de João
Pessoa, assim como fazia na antiga Grécia, os debates oportunos e necessários
da sociedade e quero aqui parabenizar Gervasinho, por essa iniciativa de
reativar o parlatório com um tema tão relevante que é a questão da reforma
previdenciária”. Destacou Jeová.
O
deputado, que é advogado especialista em Direito Previdenciário, disse que é
favorável a reforma da previdência, mas não com as propostas que estão na PEC
287. “Defendo uma reforma que busque o equilíbrio econômico e financeiro da
previdência e não que queira a degola e prejuízo dos mais pobres. A reforma que
eu defendo e que deve ser defendida pelo conjunto da sociedade brasileira é
aquela que busca o equilíbrio das contas da previdência”, afirmou Jeová.
Neste
aspecto, Jeová Campos e sua equipe redigiram um requerimento que será
encaminhado a toda a bancada federal paraibana, onde ele elenca essa e outras
sugestões para o equilíbrio da Previdência. “Estamos propondo a criminalização
do grande empresário ou diretor de empresa que não repassa as contribuições
devidas à Previdência de acordo com o Artigo 22, da lei 8.212. Hoje, as grandes
empresas passam até 10 anos sem receber a visita de um fiscal da previdência
social, dos auditores federais. Precisamos fazer uma reforma sim, mas uma que
acabe com o limite máximo do salário de contribuição que hoje é R$ 5.186,00. Se
alguém ganha R$ 20 mil, R$ 50 mil por mês, que pague sobre o valor que
efetivamente recebe, inclusive com uma alíquota maior”, afirma Jeová.
O
parlamentar criticou duramente a proposta defendida pelo presidente Michel Temer.
“Esse governo está propondo uma reforma que acaba com a pensão do viúvo ou da
viúva, que reduz essa pensão, em alguns casos, pela metade, que propõe que o
amparado ou deficiente não receba mais um salário mínimo, que o cidadão
contribua 35 anos para a previdência e depois só receba 76% de sua renda, que
acaba com a isenção de trabalhadores rurais e aumenta o tempo de sua
aposentadoria sem levar em consideração as especificidades do trabalho no
campo. Ora, uma reforma que propõe esses absurdos não pode ser aprovada,
precisa ser repudiada pela sociedade que tem que se unir e cobrar de seus
representantes em Brasília a defesa legítima de seus direitos. Isso é uma
vergonha”, finalizou Jeová, convocando toda a sociedade civil organizada para
participar da audiência pública do dia 17.
Assessoria