Não há nada mais do que o já comentado no
blog ou na minha coluna na CBN João Pessoa. Mas as peças continuam se juntando
no xadrez eleitoral deste ano. Neste fim de semana, durante a prévia
carnavalesca Tambiá Folia, organizada pelo presidente da Câmara, Marcos
Vinícius (PSDB), várias pontas soltas foram atadas. O prefeito Luciano Cartaxo
(PSD) evitou declarações sobre acertos firmados. Sem esconder o otimismo,
garantiu que tudo estará definido após o Carnaval. Apesar disso, não foi raro
encontrar quem, entre os tucanos, apresentasse a chapa para a disputa. Por ela,
estariam contemplados o gestor pessoense, na cabela de chapa. O prefeito de
Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), indicaria a mulher, Michelle
Rodrigues, para a vaga de vice.
E não para por aí. Do tucanato vem ainda a
indicação de Cássio Cunha Lima para a disputa da reeleição para o Senado. A
outra vaga para a disputa da Casa Alta ficaria por conta de Raimundo Lira, hoje
no MDB. Lira vale ressaltar, deve trocar de legenda. Isso se, como se espera, o
senador José Maranhão (MDB) decidir manter a candidatura ao governo do Estado.
Nas contas das lideranças da oposição ouvidas pelo blog na festa, sobrariam
quatro vagas para serem distribuídas entre os partidos aliados. “Não tem espaço
para desconfiança”, ressaltou uma fonte ouvida pelo blog. A alegação é a de
que, junta, a oposição terá chance de vencer no primeiro turno as eleições. A compreensão
é a de que se houver segundo turno, a coisa complica.
A definição ocorre após uma série de
desentendimentos entre os partidos de oposição. O prefeito de João Pessoa,
Luciano Cartaxo, cobrava uma decisão urgente para a definição da candidatura.
Ele, nos bastidores, ameaçava não deixar a prefeitura sem uma definição. O
entendimento comum, inicialmente, seria de uma definição do nome das oposições
até o fim de janeiro. O senador Cássio Cunha Lima, no entanto, defendia o
adiamento para abril. Depois de muita pressão, um acordo deve ser firmado após
o Carnaval.
Poderio governista - Enquanto os partidos de oposição traçam
planos para a disputa, os governistas estão com o pé na estrada. A estratégia é
clara: governador Ricardo Coutinho (PSB)
organizou uma agenda intensa de inaugurações e reuniões do Orçamento
Democrático para reforçar o nome do secretário João Azevedo. Nesta
segunda-feira (5), por exemplo, ele estará presente na posse dos mil
professores nomeados pelo governador. A solenidade vai ocorrer no Espaço
Cultural, às 10h.
LIRA DEIXA O MDB - José Maranhão, Raimundo Lira e Cássio Cunha
Lima durante sessão no Senado. Foto: Divulgação
O senador Raimundo Lira ainda não tornou
oficial a decisão, porém, é dada como certa a saída dele do MDB até o dia 7 de
abril. A data é o limite para a mudança de sigla pelas pessoas dispostas a
disputar as eleições deste ano. A mudança já ganha destaques nas conversas de
lideranças governistas e da oposição. O motivo seria o risco eleitoral de ir
para uma disputa tendo o senador José Maranhão, presidente estadual da
agremiação, na cabeça da chapa. O parlamentar vinha mantendo entendimentos com
a área governista, mas decidiu mudar de ares recentemente. Ele trocou as
eventuais reuniões com o governador Ricardo Coutinho (PSD) por uma aproximação
mais firme com o bloco das oposições.
Entre tucanos e pessedistas, Raimundo Lira
é visto como player para a disputa por uma vaga de senador na chapa das
oposições. No cenário de uma chapa que poderá ser encabeçada pelos prefeitos de
João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), ou de Campina Grande, Romero Rodrigues
(PSDB), a presença dele é tida como certa. Os candidatos previstos para o
Senado pelo campo oposicionista são justamente Cássio Cunha Lima e Raimundo
Lira, ambos tentando a reeleição. Esta é uma chapa praticamente alinhavada.
Agora, para ela se tornar viável, o entendimento é o de que Lira deverá ser
deixar o MDB. O cenário está sendo trabalhado justamente pelo fato de o José
Maranhão não abrir mão da disputa.
Lira chegou a manifestar o desejo de votar
em José Maranhão no início do ano, caso o emedebista mantivesse a disposição de
disputar a eleição. As declarações foram dadas, inclusive, durante entrevista à
rádio CBN João Pessoa. A ideia, no entanto, foi perdendo força ao longo deste
mês. Primeiro o parlamentar buscou o afastamento do campo governista. Apesar da
boa relação com Ricardo Coutinho, os elogios do governador a Veneziano Vital do
Rêgo (MDB) tiraram de Lira as esperanças de apoio. O abrigo veio da oposição,
com reuniões e declarações do parlamentar de que pretende disputar no campo
oposicionista.
O tema foi um dos vários que dominaram as
rodas de conversas políticas durante o bloco Tambiá Folia, que tem o presidente
da Câmara de João Pessoa, Marcos Vinícius (PSDB), como um dos organizadores.
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Por Suetoni Souto Maior