"A reforma representa a maior transformação do sistema tributário brasileiro em décadas. Embora o objetivo seja simplificar e tornar a cobrança de impostos mais transparente, o período de transição traz desafios práticos para quem atua na gestão financeira e contábil", declarou a empresária contábil e sócia-fundadora da Sercon Contábeis, Terezinha Carvalho.
Segundo ela, o momento é de mobilização e últimos ajustes. “O início da vigência está mais próximo do que parece. As empresas precisam revisar controles internos, contratos e políticas fiscais. Adiar essa preparação pode resultar em inconsistências e até em custos extras no futuro”, orienta.
O contador Stanley Morais, também sócio-fundador da Sercon, reforça que o impacto da reforma não se limita às grandes corporações. “Pequenas e médias empresas também precisarão se ajustar. O novo formato tributário vai alterar a forma como as operações são registradas e os impostos calculados. Isso exige atualização de sistemas e treinamento das equipes desde já”, destaca.
Já o contador e empresário Wagner Arnaud, sócio-proprietário da Pontual Assessoria e da PontualMed, ressalta que o foco deve estar em entender as etapas da transição. “Cada fase trará mudanças específicas. Quem se antecipar e alinhar sua contabilidade e planejamento tributário agora, vai atravessar o processo com mais segurança e menos impacto financeiro”, explica.
Alguns pontos a serem observados e colocados em prática, neste momento:
Revisão de controles internos e políticas fiscais: Avalie e atualize procedimentos para alinhar com o novo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), evitando inconsistências na apuração de créditos e débitos.
Atualização de sistemas contábeis e ERP: Integre módulos compatíveis com a reforma, como emissão de notas fiscais eletrônicas no novo padrão e cálculo automático de impostos unificados, para prevenir erros operacionais a partir de janeiro de 2026.
Treinamento de equipes financeiras: Capacite contadores e gestores sobre as regras de transição, incluindo o período de coexistência de regimes tributários, para garantir conformidade e eficiência nas rotinas diárias.
Análise de contratos e operações: Reavalie acordos com fornecedores e clientes quanto a incidência tributária, substituindo impostos como ICMS, ISS e PIS/COFINS pelos novos, e simule impactos no fluxo de caixa.
Planejamento tributário antecipado: Realize diagnósticos para identificar enquadramento no regime simplificado (se aplicável) ou no padrão, calculando cenários de alíquotas e aproveitamento de créditos acumulados.
Os especialistas concordam que, apesar da expectativa de simplificação, a reforma exigirá uma adaptação gradual e técnica. A recomendação é que empresas busquem suporte contábil especializado, invistam em atualização tecnológica e acompanhem de perto as novas regulamentações que serão publicadas até o fim de 2025.
Assessoria
