O prefeito Cícero Lucena (MDB) já ganhou a disputa com o senador Efraim Morais (União) em torno do apoio do grupo Cunha Lima.
Do ponto de vista da posição política, Pedro teria sido convencido que é melhor para sua imagem a aliança de centro-esquerda com Cícero e Veneziano do que a aliança de direita mais próxima ao bolsonarismo do senador Efraim Morais.
Um acordo com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para composição de uma chapa de candidatos a deputado Federal com Mersinho Lucena e Wellington Roberto também pesou. Pedro não teria como contrariar o maior interesse de Kassab, que é aumentar a bancada federal. De sobra, o PSD ainda terá o candidato a governador.
Outro fator com forte influência na decisão teria sido a mudança da conjuntura política nacional, gerando perspectiva plausível de reeleição do presidente Lula. No jogo de estratégias políticas, o senador Veneziano Vital do Rego passaria a ser mais importante do que o senador Efraim Filho.
Nas avaliações locais, o sentimento é que a aliança com Cícero Lucena dá volume à oposição, produzindo um fato imediato para além da consolidação da chapa, que é, em tese, criar, para a propaganda, uma perspectiva de vitória desde o início da campanha.
Para o prefeito Cícero Lucena, a aliança com o grupo Cunha Lima é essencial para o projeto de candidatura porque produz a sensação de força majoritária nos dois maiores colégios eleitorais do Estado (João Pessoa e Campina Grande), produzindo impacto significativa nos grupos de oposição em todo o Estado.
Não consta nas avaliações do prefeito Cícero Lucena e dos Cunha Lima o temor de que a aliança de agora seja tomada como a reestruturação de velha oligarquia em busca da retomada do poder. Os dois grupos foram aliados em 1990 (chapa Ronaldo e Cicero) e em 2002 (chapa Cássio e Lauremília). Não tenham dúvidas, porém, que esse acabará sendo um dos temas principais da campanha.
De qualquer forma, o registro aqui é de que o acordo entre Cícero e o grupo Cunha Lima já está fechado. Falta apenas ser oficialmente anunciado.
Por Josival Pereira
