O Hemocentro da Paraíba vem utilizando um novo procedimento para a
captação de sangue: a doação por aférese. Para a realização das coletas,
duas máquinas estão em funcionamento no Hemocentro da Capital e
atendem, diariamente, a cerca de dez pessoas. Nesse tipo de doação, que
demora entre cinqüenta minutos e uma hora, o sangue é retirado da veia,
passa por uma máquina que separa o componente escolhido (no caso, as
plaquetas) e o restante é devolvido para o doador.
Fabricados pela medula óssea, as plaquetas são os componentes do
sangue responsáveis pela coagulação, ou seja, têm como principal função
coibir os sangramentos. O paciente que não produz plaquetas, seja devido
a uma doença da medula óssea ou pelo uso de medicações que inibam sua
produção ou, ainda, por desenvolver alguma doença em que o funcionamento
das plaquetas é precário, corre o risco de hemorragia – ocorrência que
pode levar o paciente à morte, caso não seja feita uma transfusão
plaquetária.
A diretora administrativa do Hemocentro de João Pessoa, Maria Ione
Moura, explica que qualquer pessoa que faz a doação no método
convencional pode fazer a doação por aférese. Para isto, basta apenas
comparecer ao setor de coleta e agendar a doação. “Havendo horário
disponível, ele é atendido de imediato. Caso contrário, o atendimento é
agendado para outro horário”, explicou. Para ser um doador por aférese, é
preciso que o candidato já tenha feito pelo menos uma doação de sangue
no método convencional, no Hemocentro.
Entre as vantagens da doação por aférese, a diretora administrativa
do Hemocentro destacou que, três dias após a doação, o doador poder
fazer outra, sem qualquer problema. Já no método convencional, o
intervalo entre as doações é de 90 dias. Outra vantagem desse tipo de
doação é a diminuição dos riscos de reação nos pacientes. Ione Maria
disse ainda que o concentrado de plaquetas retirado de uma doação por
aférese equivale a aproximadamente cinco doações normais, beneficiando
um maior número de receptores.
As plaquetas retiradas na doação por aférese são usadas por pacientes
oncológicos atendidos no Hospital Napoleão Laureano e no próprio
Hemocentro. Elas também podem ser usadas por hemofílicos, desde que
apresentem sangramento. “Esse procedimento é totalmente seguro. O
material utilizado é descartável e os critérios exigidos para esse tipo
de doação são os mesmos para a doação de sangue convencional”,
completou.
Secom