A última quarta-feira (9), de março do ano em curso ficará na memória da família Nobre da Silva, durante muito tempo,
 pois a sessão realizada na Câmara Municipal de Cajazeiras dessa segunda
 (14) foi palco de uma denúncia muito grave por parte do estudante de 
direito e ex-vereador Francisco Evangelista Nobre da Silva, (foto)  
homem correto e íntegro.
O referido ex-vereador na presença de 
uma platéia completamente lotada trouxe á tona mais um caso escabroso 
envolvendo homens da Polícia Militar do Estado, que segundo o 
denunciante são acusados de espancar seu irmão, o balconista Edvan Nobre
 da Silva, de 32 anos, residente à Rua Antonio Fernandes da Silva – Vila
 Nova – Cajazeiras/PB em plena quarta-feira de cinzas por motivos 
banais.
Evangelista usou a tribuna do Plenário 
Vereador Edimilson Feitosa e disparou; “O meu irmão, esse rapaz de corpo
 franzino [apontando para o rapaz] ficou incumbido de levar de volta 
para casa a minha sobrinha, uma menor de 14 anos, que foi para as 
festividades do Carnaval em sua companhia, mas por volta do amanhecer 
ele chamou a menina para acompanhá-lo ela se recusou e Edvan a pegou 
pelo braço dizendo ela fosse de todo jeito, porém um policial conhecido 
nosso avistou a cena e se dirigiu ao meu irmão a fim de saber o que 
estava acontecendo, Edvan informou que a menina era nossa sobrinha, 
momento que um policial ordenou que ele fosse embora e outro conhecido 
por Cabo Alex o agrediu com um soco nas costas do rapaz, proferindo 
palavras como vagabundo, ele revidou apenas verbalmente e foi 
surpreendido por outros sete ou mais policiais, que usaram da força 
física para dar inicio ás agressões mesmo sendo a vítima dominada e 
algemada. O meu irmão foi colocado no porta-malas da viatura com a sutil
 gentileza policial que agarrou pelo pescoço enquanto o Cabo Alex batia 
incansavelmente. Aquele grupo de policiais ao invés de seguir com Edvan 
para a Delegacia de Polícia foi para o estádio de futebol “O Perpetão” 
e, lá estava muito claro, porém o dia já havia nascido eles seguiram 
para parte de trás da casa de shows “Pallacium”, onde a sessão de 
tortura e espancamento se deu ininterruptamente até um dele ameaçar o 
rapaz dizendo [vamos levar você para o hospital para fazer exame de 
corpo de delito e, se você abrir a boca para falar alguma coisa ao 
médico a gente traz você aqui de novo e acaba o serviço], uma maneira 
muito cruel de torturar uma pessoa eles fizeram com o meu irmão”, pausou
 Evangelista.
A vítima acusa os policiais de quebrar 
os óculos de um dos envolvidos jogando ao solo e pisando em seguida. No 
relato policial daquela quarta-feira a guarnição informa fatos 
contrários segundo Edvan. A seguir a descrição da PM da referida 
ocorrência.
- LOCAL: CORREDOR DA FOLIA – PRÓXIMO AO BANCO SATANDER
 - VÍTIMA: POLÍCIA MILITAR
 - ACUSADO: EDVAN NOBRE DA SILVA, 22 ANOS, SOLTEIRO, BALCONISTA, RESIDENTE NA RUA ANTÔNIO FERNANDES DA SILVA – VILA NOVA – CAJAZEIRAS
 - HORA: 04h45min
 - RELATO: POR VOLTA DAS 04h45min, UMA GURNIÇÃO DA PM FAZIA O POLICIAMENTO NO LOCAL DO FATO, QUANDO VISUALIZOU O ACUSADO EM DISCUSSÃO COM OUTRA PESSOA E DE IMEDIATO INTERVIU TENTANDO ACALMAR AS PARTES ENVOLVIDAS. O ACUSADO INESPERADAMENTE FICOU ENFURECIDO E DESFERIU UM SOCO EM UM DOS POLICIAIS, O QUE CAUSOU UMA LESÃO NO ROSTO E DANO NA LENTE DO ÓCULOS DE UM MILITAR; DE IMEDIATO FOI DADO VOZ DE PRISÃO AO ACUSADO E O REFERIDO OFERECEU RESISTÊNCIA, SENDO NECESSÁRIO O USO DA FORÇA PARA CONTE-LO. QUANDO DOMINADO O ACUSADO E CONDUZIDO ATÉ A DP LOCAL PARA PROVIDÊNCIAS.
 
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Ao término de sua fala Evangelista 
ressaltou da importância de denunciar casos dessa natureza e, citou o 
caso da jovem Daiana, espancada por policiais do 6º BPM e da chacina dos  três meninos do Bairro São Francisco encontrados mortos na divisa dos 
estados da Paraíba e Ceará, que permanece misteriosamente sem solução. 
“Vou levar esse caso ao conhecimento do governado Ricardo Coutinho, do 
Secretário de Estado da Segurança e Defesa Social, do comandante Geral 
da Polícia Militar – Coronel Euler, da Ordem dos Advogados do Brasil, 
dos órgãos responsáveis pelos Direitos Humanos, até que sejam tomadas 
providências, vou até o fim”. Saíram em apoio e defesa os vereadores  presentes a sessão.
Da redação