terça-feira, 15 de março de 2011

Policiais do 6º BPM são acusados de torturar e espancar jovem em Cajazeiras

A última quarta-feira (9), de março do ano em curso ficará na memória da família Nobre da Silva, durante muito tempo, pois a sessão realizada na Câmara Municipal de Cajazeiras dessa segunda (14) foi palco de uma denúncia muito grave por parte do estudante de direito e ex-vereador Francisco Evangelista Nobre da Silva, (foto)  homem correto e íntegro.

O referido ex-vereador na presença de uma platéia completamente lotada trouxe á tona mais um caso escabroso envolvendo homens da Polícia Militar do Estado, que segundo o denunciante são acusados de espancar seu irmão, o balconista Edvan Nobre da Silva, de 32 anos, residente à Rua Antonio Fernandes da Silva – Vila Nova – Cajazeiras/PB em plena quarta-feira de cinzas por motivos banais.

Evangelista usou a tribuna do Plenário Vereador Edimilson Feitosa e disparou; “O meu irmão, esse rapaz de corpo franzino [apontando para o rapaz] ficou incumbido de levar de volta para casa a minha sobrinha, uma menor de 14 anos, que foi para as festividades do Carnaval em sua companhia, mas por volta do amanhecer ele chamou a menina para acompanhá-lo ela se recusou e Edvan a pegou pelo braço dizendo ela fosse de todo jeito, porém um policial conhecido nosso avistou a cena e se dirigiu ao meu irmão a fim de saber o que estava acontecendo, Edvan informou que a menina era nossa sobrinha, momento que um policial ordenou que ele fosse embora e outro conhecido por Cabo Alex o agrediu com um soco nas costas do rapaz, proferindo palavras como vagabundo, ele revidou apenas verbalmente e foi surpreendido por outros sete ou mais policiais, que usaram da força física para dar inicio ás agressões mesmo sendo a vítima dominada e algemada. O meu irmão foi colocado no porta-malas da viatura com a sutil gentileza policial que agarrou pelo pescoço enquanto o Cabo Alex batia incansavelmente. Aquele grupo de policiais ao invés de seguir com Edvan para a Delegacia de Polícia foi para o estádio de futebol “O Perpetão” e, lá estava muito claro, porém o dia já havia nascido eles seguiram para parte de trás da casa de shows “Pallacium”, onde a sessão de tortura e espancamento se deu ininterruptamente até um dele ameaçar o rapaz dizendo [vamos levar você para o hospital para fazer exame de corpo de delito e, se você abrir a boca para falar alguma coisa ao médico a gente traz você aqui de novo e acaba o serviço], uma maneira muito cruel de torturar uma pessoa eles fizeram com o meu irmão”, pausou Evangelista.

A vítima acusa os policiais de quebrar os óculos de um dos envolvidos jogando ao solo e pisando em seguida. No relato policial daquela quarta-feira a guarnição informa fatos contrários segundo Edvan. A seguir a descrição da PM da referida ocorrência.

LESÃO CORPORAL, RESISTÊNCIA A PRISÃO E DANO – CAJAZEIRAS
  • LOCAL: CORREDOR DA FOLIA – PRÓXIMO AO BANCO SATANDER
  • VÍTIMA: POLÍCIA MILITAR
  • ACUSADO: EDVAN NOBRE DA SILVA, 22 ANOS, SOLTEIRO, BALCONISTA, RESIDENTE NA RUA ANTÔNIO FERNANDES DA SILVA – VILA NOVA – CAJAZEIRAS
  • HORA: 04h45min
  • RELATO: POR VOLTA DAS 04h45min, UMA GURNIÇÃO DA PM FAZIA O POLICIAMENTO NO LOCAL DO FATO, QUANDO VISUALIZOU O ACUSADO EM DISCUSSÃO COM OUTRA PESSOA E DE IMEDIATO INTERVIU TENTANDO ACALMAR AS PARTES ENVOLVIDAS. O ACUSADO INESPERADAMENTE FICOU  ENFURECIDO E DESFERIU UM SOCO EM UM DOS POLICIAIS, O QUE CAUSOU UMA LESÃO NO ROSTO E DANO NA LENTE DO ÓCULOS DE UM MILITAR; DE IMEDIATO FOI DADO VOZ DE PRISÃO AO ACUSADO E O REFERIDO OFERECEU RESISTÊNCIA, SENDO NECESSÁRIO O USO DA FORÇA PARA CONTE-LO. QUANDO DOMINADO O ACUSADO E CONDUZIDO ATÉ A DP LOCAL PARA PROVIDÊNCIAS.
Postado por O Teteu às 06:38 0 comentários
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Ao término de sua fala Evangelista ressaltou da importância de denunciar casos dessa natureza e, citou o caso da jovem Daiana, espancada por policiais do 6º BPM e da chacina dos três meninos do Bairro São Francisco encontrados mortos na divisa dos estados da Paraíba e Ceará, que permanece misteriosamente sem solução. “Vou levar esse caso ao conhecimento do governado Ricardo Coutinho, do Secretário de Estado da Segurança e Defesa Social, do comandante Geral da Polícia Militar – Coronel Euler, da Ordem dos Advogados do Brasil, dos órgãos responsáveis pelos Direitos Humanos, até que sejam tomadas providências, vou até o fim”. Saíram em apoio e defesa os vereadores presentes a sessão.

Da redação