“Quando Deus quis criar a
mulher tomou a leveza da folha, a graça da corça, a alegria do sol, as
lágrimas do orvalho, a inconstância do vento, a timidez da lebre, a
dureza do diamante, a crueldade do tigre, a doçura do mel, o calor do
fogo, o frio do gelo, o aroma das rosas, tomou de cada coisa um pouco,
misturou… e criou você, MULHER”
Baixinhas,
altinhas, magrinhas, gordinhas, atletas, morenas, negras, mulatas,
ruivas e branquinhas. Os cabelos ficaram loiros, ruivos, castanhos,
pretos, lisos, anelados e crespos. Os olhos ganharam colorações de
pretos, castanhos, azuis e verdes.
Se Deus soubesse da confusão que se
formou, teria criado um padrão definido. Bem feito! Quem mandou dar a
elas a inteligência, perspicácia, astúcia, sensibilidade, senso crítico
e dignidade! Confusão geral na humanidade feminina Elas conheceram a
chapinha e o cabelo de anelado ficou liso. Elas conheceram a tinta, e
os cabelos passaram a ter cores variadas como caju, amarelo, vermelho,
roxo, marrom, cinza e suas nuances. Os olhos, então, nem se fala! Elas
conheceram a tal “lente de contato” e variaram suas cores de segunda a
domingo. Um dia é verde, outro é azul, já no outro é preto, tudo isso
combinando com a cor da roupa. Sem falar na cirurgia a laser que acaba
com a miopia e o uso dos óculos. Inventaram a “academia de ginástica” e
as gordinhas emagreceram, as magrinhas ganharam massa muscular e todas
ficaram com o corpo torneado, bonito e sensual. Tudo isso para agradar
a elas, às outras para morrerem de inveja e, finalmente, para os olhos
masculinos. As preguiçosas que não gostavam de malhar conheceram a
“cirurgia plástica” que, em menos tempo que a ginástica, aumentam o
bumbum, seios, lábios ou então tiram o excesso. Salve a lipoaspiração!
Com certeza, Deus ainda está pensativo. Ele não esperava tanta
esperteza e inteligência juntas.
Ele deu a entender e os homens
ratificaram que a união conjugal somente seria dissolvida pela morte de
um dos cônjuges. Elas se rebelaram, reclamaram, bateram o pé e
disseram: “Não! Não! Não! E não! Desculpe-me, Senhor meu Deus, não é
Você que mora com um homem chato, pedante, que reclama de tudo e de
todos, não gosta de tomar banho, que cheira a cigarro, suor, a álcool,
que me agride com palavras e fisicamente, que chega em casa querendo
tudo pronto, toalha no banheiro, comida na mesa e ainda sai reclamando
que o bife está mal passado, que o da mamãe é melhor, sempre ausente,
irresponsável, esbanjador, três dias na semana é para o joguinho de
futebol com os amigos, não reconhece o meu valor como esposa e mãe dos
seus filhos, impotente, só pensa nele, nunca pergunta se eu …………, deixa
para lá, tira duas ou três mal acabadas por mês, se considera o
gostosão, não gosta de trabalhar, só pensa em assistir televisão, acha
que o lugar da mulher é no fogão ou no tanque, não gosta de sair com a
família, canastrão e ainda se acha no direito de ter quantas mulheres
quiser. Filho da mãe, não está agüentando a dele e ainda arruma outra
ou outras!”
Para resolver esse impasse elas
conheceram o divórcio e hoje os homens estão quietinhos em suas mãos.
Triste é saber que muitas mulheres, cujo amor acabou, ainda vivem sob o
mesmo teto por medo e receio de magoar a igreja, o padre, os vizinhos,
os parentes e vivem a sofrer. Já outras não conseguem se desvencilhar
do marido porque já apanhou tanto que preferem viver hipocritamente com
medo de morrer.
As mulheres são lindas, elas dão opção
para qualquer gosto. Ele, Senhor da bondade, ainda não satisfeito com
sua obra, presenteou-as com talentos, sensualidade, espiritualidade,
crença, graciosidade e muito amor. Ainda insatisfeito, Ele as enfeitou
com sabedoria, entendimento, fortaleza, piedade, fé, esperança
caridade, prudência, justiça, temperança e ensinou-as a combater a
soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e a preguiça. Então, Ele
se questionou: “Por que criei essa criatura tão maravilhosa, linda,
exuberante, excelsa, magnânima, esperta, culta e inteligente? O que
fazer com ela?” Ele coçou a cabeça, andou de um lado para o outro e
criou o sopro da vida e a exibiu ao mundo dizendo: “A MULHER É UMA BÊNÇÃO QUE FIZ AO HOMEM E O HOMEM É UMA BÊNÇÃO QUE FIZ ÀS MULHERES”.
A mulher representa a SABEDORIA que deve
nos orientar no caminho da vida; A FORÇA, que nos anima e sustenta em
todas as dificuldades, e a BELEZA, que adorna todas as nossas ações,
nosso caráter e nosso espírito.
Hoje, vou homenagear uma mulher: Maria
da Penha Maia Fernandes. Ela foi agredida pelo marido durante seis
anos. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la. Na primeira com
arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda por eletrocução e
afogamento. Seu marido só foi punido depois de 19 anos de julgamento e
ficou apenas dois anos em regime fechado.
O fato fez com que o Centro de Justiça
pelo Direito Internacional e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos
Direitos da Mulher (Cladem), juntamente com a vítima, formalizassem uma
denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que é
um órgão internacional responsável pelo arquivamento de comunicações
decorrentes de violação desses acordos internacionais. O que se fez?
Conhecida como Lei Maria da Penha, a lei
número 11.340 decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo
ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em 07 de agosto de
2006, aumenta o rigor das punições das agressões contra a mulher quando
ocorridas no âmbito doméstico ou familiar e com objetivos claros de
impedir que os homens assassinem ou batam nas suas esposas, e protege
os direitos da mulher. Ela entrou em vigor no dia 22 de setembro de
2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio de
Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa.
A introdução dessa lei cria mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo
Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências.
Parabéns a você, MULHER, pelo seu Dia comemorado em 08 de março. Que ele seja relembrado, homenageado e festejado todos os dias.
Por Francisco Santana
Escritor mineiro
