terça-feira, 30 de março de 2021

Zé Aldemir teria distribuído quase R$ 800 mil da Covid-19 de forma irregular na véspera da eleição

prefeito de Cajazeiras, Zé Aldemir (PP), empenhou quase R$ 800 mil que deveriam ter sido usados no enfrentamento à pandemia do Coronavírus para a distribuição de supostos benefícios a famílias carentes da cidade. O escândalo se torna ainda maior porque ele fez isso exatamente na sexta-feira que antecedia às eleições ocorridas no dia 15 de novembro do ano passado, o que se configura como abuso de poder político e econômico, ou compra de votos, e pode levá-lo à cassação do mandato. Foram simplesmente 744 empenhos que tiveram suas finalidades desviadas.

Entre os empenhos feitos pela Prefeitura de Cajazeiras um deles diz: “valor que se empenha para atender ao pagamento correspondente a uma ajuda financeira concedida pela Secretaria de Desenvolvimento Humano destinado a custear suas despesas com energia elétrica de sua residência em virtude da mesma encontrar-se em situação de vulnerabilidade temporária em conformidade com a Lei Municipal 1.975/2011 e diante da conjectura social atípica que estamos vivenciando ocasionada pela pandemia do Covid-19 a qual tem afetado diretamente a renda de inúmeros brasileiros”.

Esse empenho foi apenas um dos que constam na lista e teve o valor de R$ 500 pago a um morador da cidade. O número do emprenho é 0006560.

Zé Aldemir ‘distribuiu’ 724 empenhos de ajudas à pessoa física no valor total de R$ 132.710,81. Além disso, ele comprou um total de 20 despesas com cestas básicas para pessoa jurídica, totalizando R$ 656.882,44. O valor total desse ‘pacote de bondades eleitoral’ foi de R$ 789.593,25.

Confira cada emprenho pago por Zé Aldemir na sexta-feira que antecedeu a eleição, pago com o dinheiro da Covid e que deveriam ser gastos com a saúde.

Outros desvios com dinheiro da Covid

Esse não foi o único momento que Zé Aldemir usou indevidamente o dinheiro que deveria ter sido usado no enfrentamento da Covid-19. Já existe uma Ação de Investigação Eleitoral Judicial (Aije) impetrada na Justiça Eleitoral contra o gestor pelo advogado Rogério Oliveira, que no processo argumenta a necessidade de uma investigação por abuso de pode político. Esse processo também pode terminar com a cassação do gestor.

De acordo com Rogério Oliveira, houve aumento no número de contratações por excepcional interesse, houve distribuição de feiras, pagamento de água e de luz e aluguéis com recursos advindos da verba do Covid.


FONTE 83