sexta-feira, 2 de abril de 2010

Empresas passam a vender telefone e internet na rua


Marco Di Lauro/ 07.06.2004/Getty Images 

Foto por Marco Di Lauro/ 07.06.2004/Getty Images
NET e Telefônica já vendem serviços de telefonia, internet banda larga e TV por assinatura em bancas de jornal e na casa do consumidor
Antes acostumadas a esperar o contato do consumidor pelo atendimento telefônico, as empresas de telefonia resolveram adotar práticas mais agressivas para ampliar o quadro de clientes. A NET, que atua em cerca de cem cidades brasileiras, aposta na venda de linhas telefônicas, TV por assinatura e internet banda larga nas bancas de jornal. Já a Telefônica treinou 500 funcionários para vender os mesmos produtos de porta em porta.

Em março, a NET treinou cem jornaleiros de São Paulo – dos bairros do Tatuapé, Lapa, Santana, Santa Cecília, Santana e Vila Clementino – para ampliar as vendas dos serviços da empresa. O preço dos produtos é o mesmo do teleatendimento e o dono da banca de jornal recebe uma comissão por venda concluída. De acordo com Roberta Godoi, diretora comercial da NET, o objetivo é aproximar a empresa do consumidor.

- Descobrimos que as pessoas querem adquirir nossos produtos em pontos físicos, por isso a NET trouxe mais uma opção de aquisição para nossos clientes. Por ser inédita, inicialmente a iniciativa gera curiosidade porque não é muito óbvio encontrar produtos da NET em bancas, mas estamos avaliando a continuidade e a expansão desse tipo de venda para outras cidades.

A Telefônica, que domina a telefonia no Estado de São Paulo, também desenvolveu uma tática mais agressiva para conquistar novos clientes. Em nota, a empresa explicou que, no início deste ano, treinou um time de 500 promotores de vendas, que, uniformizados e identificados, "convidam os moradores para conversar na calçada como forma de tornar o contato ainda mais seguro". É um bate-papo informal para conquistar o cliente.

Estão sendo comercializados serviços de telefonia fixa, TV por assinatura (operada pela TVA) e internet de alta velocidade em São Paulo e em outras dez cidades do interior. Segundo o comunicado, a Telefônica diz acreditar que "a venda presencial responderá por 14% da receita em 2010 e planeja alcançar 40% em dezembro de 2011". Já o número de vendedores deve subir para 1.000 no final do ano e chegar a 2.500 em 2011.

Para o presidente da consultoria em telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, o objetivo das empresas é conquistar os usuários de celulares pré-pagos – universo de 145 milhões consumidores de brasileiros.

- A recarga para o celular pré-pago pode ser comprada em qualquer esquina. Essas vendas diretas ao consumidor são um sinal de que a competição está se acirrando porque as operadoras estão indo à luta para conquistar o consumidor. 

Tude lembra que, antes, as empresas de telefonia esperavam o cliente procurar pelo serviço para efetivar a contratação, mas essa postura mudou com o aumento das vendas de celulares pré-pagos.

- Antes [a tática] era esperar o cliente ligar, mas agora mudou. Já havia algumas iniciativas como as banquinhas em shoppings [que vendiam os serviços da NET e da Telefônica], mas essa [o porta em porta e o uso de bancas de jornal] é uma estratégia mais agressiva. Para o consumidor, o preço [dos produtos e serviços vendidos na rua] não deve aumentar porque tem competição. A única coisa que faz o preço baixar é a competição. R7