NOTÍCIAS: 15/06/2010 - Sob esse título, o texto que reproduzo
adiante é do jornalista Nonato Bandeira, coordenador da pré-campanha do
ex-prefeito Ricardo Coutinho (PSB) ao Governo do Estado, em réplica ao
secretário Francisco Sarmento, de Recursos Hídricos do Estado, que ocupou este
mesmo espaço no último sábado. Os dois trocaram farpas e estocadas semana
passada, após o jornalista denunciar que obras como a do Centro de Convenções da
Capital estariam paralisadas e o Governo do Estado, fazendo propaganda enganosa.
Em carta à coluna, o secretário disse que justamente as obras do Centro de
Convenções “servem como melhor exemplo para aquilatar a falácia perpetrada em
desfavor da boa informação para todos”. Vejamos agora o que diz Bandeira sobre
essa e outras afirmações de Sarmento.
Caro jornalista Rubens Nóbrega, o Governo
do Estado teve várias oportunidades para provar que eu estava errado quando
afirmei, munido de fotografias atuais e de publicidade do próprio Maranhão III,
que a Paraíba foi inundada por um festival de promessas não cumpridas e de
propaganda enganosa escancarada nas TVs, rádios, portais, jornais e revistas. O
secretário Francisco Sarmento, em carta à sua coluna, desperdiçou mais uma
oportunidade. Tal e qual Serginho Chulapa fez na Copa de 82, chutando pra fora
na cara do gol, quando perdíamos – como perdemos – para a Itália.
O secretário Sarmento seguiu o mesmo
script montado pelo Governo, que designou outros secretários, alguns vereadores,
deputados e ex-deputados, colegas jornalistas e um de seus publicitários para,
simplesmente, me atacar e desancar o pré-candidato a governador Ricardo Coutinho
(PSB). Em vez de impropérios contra a gente, o Palácio teria um caminho mais
fácil para nos desmentir e até desmoralizar. Era só mostrar que as obras
prometidas, muitas delas veiculadas em propagandas como existentes ou prestes a
serem inauguradas, são de fato reais ou, no mínimo, existem projetos prontos e
dinheiro para executá-las.
A primeira prova de que tudo que afirmei
estava correto foi o circo armado no terreno onde já deveria estar pronto o
Centro de Convenções, prometido e veiculado na mídia oficial desde o início da
atual gestão para ser inaugurado agora em junho. Você ou algum dos seus leitores
já entrou no Centro de Convenções? Lembro que Ricardo Coutinho construiu a
Estação Ciências em 11 meses. Sem prometer coisa alguma.
Outra falácia do governo é o tal Porto
das Águas Profundas, em Cabedelo, projeto modernoso de R$ 3 bilhões. Não seria
mais prudente reformar o atual porto de Cabedelo do que partir para mais esse
delírio de quem perdeu a noção do ridículo?
Na seqüência dos projetos alucinógenos,
sem dinheiro em caixa, mas com muita propaganda na mídia (de outubro até agora
já foram gastos mais de R$ 50 milhões em publicidade), o Governo prometeu gastar
mais R$ 3 bilhões para viabilizar o “metrô de superfície”, interligando toda a
região metropolitana de João Pessoa. Como prova do projeto exibiu um modelo
vindo de Londres. Não conseguiu sequer reformar o Terminal Rodoviário da
Capital, o que custaria menos de R$ 500 mil. E foi prometido. Ora, se não
cumprem o roteiro de uma viagem a Santa Rita como querem que a gente acredite em
uma viagem à lua?
Considerando que só de empréstimos para o
povo da Paraíba pagar o Governo já tomou R$ 1 bilhão, somando esses dois
mega-projetos ainda faltariam R$ 5 bilhões, ou seja, o orçamento de toda a
Prefeitura de João Pessoa durante os cinco anos da gestão de Ricardo Coutinho.
Gestão onde foram construídas obras (reais, não fictícias) como a Estação
Ciência, oito escolas, 50 praças, alças da Beira-Rio, ampliação da Pedro II e
Retão de Manaíra, 5 mil casas populares, 18 milhões para o Empreender-JP, dois
novos hospitais, 64 PSFs, novos Mercado Central, do Peixe, do Valentina e do
Bessa, Feirinha de Tambaú, Integração dos ônibus, Centro do Comércio do
Varadouro, 15 creches, mais de 500 ruas pavimentadas, além de quilômetros de
iluminação e esgotamento sanitário.
Tudo que citei é real. Documentado e
comprovado. Basta andar nas ruas de João Pessoa. Secretário de Comunicação de
Ricardo, só divulguei aquilo que estava pronto para funcionar. Bem diferente,
por exemplo, da pomposa “Via Jaguaribe”, com um superviaduto cortando a
Epitácio, anunciado pelo Palácio em setembro de 2009, embora não tenha dinheiro
e sequer enviou o projeto executivo para a Prefeitura. Arranjaram uma licitação
às pressas depois que mostrei “as tais fotografias”, como diria Caetano Veloso
ao citar a pequenina Paraíba em “Terra”.
O que dizer, então, da ‘conclusão’ da
ponte do Boi Morto, em Aparecida, que envergonha pelo descaso o nosso bravo povo
sertanejo? Não existe ponte nenhuma, o boi continua morto e a vaca desse governo
vai pro brejo. E lá no Brejo paraibano a população aguarda ansiosamente as
dezenas de escolas prometidas pelo atual Governo, em um investimento de mais R$
1 bilhão (vá somando), conforme anunciou na página 19 da revista ‘Paraíba da
Gente’, editada por esse mesmo governo em agosto de 2009. Até hoje, nenhuma
entregue. Aliás, não construiu uma única sala de aula.
Se você pensa que o governo da fantasia
parou por aí o festival de promessas vai se surpreender com a garantia dada pelo
próprio governador de construir e reformar 36 hospitais. Na verdade, tomou dois,
um de Catolé e outro de Pombal, coincidentemente cidades administradas por
prefeitos que não apóiam seu projeto de reeleição. Mas isso é outra faceta deste
Governo que não vamos abordar agora nem o espaço caberia, tantos os relatos de
perseguição e mesquinhez política.
Já em matéria de moradia popular, o
governo se superou. Primeiro, em outdoor gigante, prometeu 65 mil casas; depois,
baixou para 50 mil. No começo do ano rebaixou para 25 mil casas até o final da
gestão. Entregou até agora apenas 177 casas. Nenhuma na Capital, a maior cidade
paraibana. Com essa e outras, poderia fazer uma lista enorme do festival
alucinógeno de propagandas e promessas, mas, só para encerrar, lembro a
duplicação da BR-230 de Campina Grande até Cajazeiras. Enquanto isso, uma
simples estrada ligando Areia a Pilões, como outras dezenas, prometeu e ainda
não iniciou.
Se o governo e seus secretários trocarem
acusações pessoais e desesperadas pelo debate de idéias, desafio o valente
secretário Sarmento ou qualquer integrante do staff maranhista. Se provarem que
estou mentindo, deixo hoje mesmo a pré-campanha de Ricardo Coutinho e passo o
resto dos meus dias em um mosteiro no Tibet. Do contrário, eu só peço que pelo
bem da Paraíba façam promessas possíveis de cumprimento, elaborem os projetos
das obras, consigam recursos para executá-las e, em respeito à lei e à
cidadania, só divulguem uma obra depois dela pronta.
Por Rubens Nóbrega