CINEMA: 22/04/2010 - Não
foi há tanto tempo assim, mas como ela cresceu! Em 2006, Amanda Diniz,
aos 11 aninhos, vivia a inocente Narizinho do “Sítio do Picapau
Amarelo”, na Globo. Agora, aos 15, a mocinha faz sua estreia no cinema
em “Sonhos roubados”, que chega ao circuito amanhã. Daiane, sua
personagem, é uma das três protagonistas do filme de Sandra Werneck,
que mostra com sensibilidade o cotidiano da periferia carioca.
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Não existem tantas meninas como a Narizinho, mas o que tem de Daiane
por aí... Em comum, as personagens só têm a doçura e a atriz que as
interpreta. São momentos bem distintos da minha carreira — sentencia
Amanda.
Assim como as amigas Jéssica (Nanda Costa) e Sabrina (Kika Farias), Daiane encontra na prostituição uma saída para concretizar seus desejos:
— O grande sonho dela é ter uma festa de 15 anos. O maior conflito, a relação distante com o pai (Germano, vivido por Ângelo Antônio). Daiane não chega a ser uma prostituta propriamente, mas faz programas vez ou outra para comprar coisas, um MP3, por exemplo.
Morando de favor na casa de parentes, a garota ainda precisa lidar com a pedofilia do tio, Pery, interpretado por Daniel Dantas.
— Ela acha estranho o tio ficar passando a mão nela, sentir ciúme à toa, mas não compreende bem suas intenções, acha que ele é um homem bom. As cenas são discretas, não há nudez. A mais difícil é quando ela denuncia Pery — conta Amanda.
Moradora de Caxias, na Baixada, Amanda Diniz ficou cinco meses no Vidigal, hospedada na casa de uma tia, para assimilar o cotidiano de uma comunidade e se sentir mais próxima da realidade de Daiane: “No começo, eu me assustei com os traficantes armados na porta de casa, mas acabei me acostumando. No morro, as pessoas falam alto, são livres”.
A arte imita a vida
Amanda conta que sua realidade é próxima a de Daiane. “Lá onde eu moro, as meninas se vestem como as do filme — só não vejo prostituição — e a falta de oportunidade na vida é grande. Como atriz, por exemplo, tudo acontece no Rio, eu tenho que ficar correndo atrás. Ainda assim, não posso reclamar. A gente acha que não tem nada e tem tanto...”, diz Amanda. Extraonline